À terceira é de vez. Catarina Santos vence concurso Jovens Criadores 2022

O GNRation, em Braga, foi palco, esta quarta-feira, da final do concurso Jovens Criadores, que contemplou Catarina Santos com o grande prémio, no valor de 1500 euros. Apesar de ajudar a lançar a carreira, a criadora admite que é ainda mais importante “a visibilidade” que o concurso lhe dá. “É ótimo, mas o importante, ainda para mais sendo aberto ao público e incluir pessoas do mundo da moda, é conhecer outras pessoas e termos uma abertura para empresas e tudo o que esteja ligado à moda”, afirmou a jovem, em entrevista à RUM.
Esta era já a terceira participação de Catarina no concurso, que, garante, “vai muito para lá da competição”.
Pelo palco passaram as peças de sete jovens criadores da cidade, inspiradas nas Capitais Europeias da Juventude.
A vencedora apresentou cinco coordenados, em tons de cinza, azul, metalizados e prateados. “As Capitais Europeias da Juventude são feitas de jovens e, sendo eu jovem, pensei como seria, o que gostaria e eu gosto de captar a essância de outras cidades, gosto de captar o que me inspira”, explicou.
O título foi atribuído a Braga em 2012 e, por isso mesmo, a cidade dos arcebispos serviu de inspiração para as estreantes Daniela Castro e Diana Gonçalves, ambas alunas de Design e Marketing de Moda, na Universidade do Minho. Os coordenados de Daniela são inspirados em alguns recantos de Braga, como os jardins de Santa Bárbara, e por isso a criadora recorreu a técnicas de estamparia, que aprendeu no curso, para “chegar à cor que pretendia”. “Tenho, por exemplo, uns calções estampados com café”, revelou. A coleção apresenta também peças beges, em homenagem aos edifícios. “Quero dar a conhecer às pessoas a cidade através da roupa, na perspetiva de uma jovem que vive nela”, referiu. A colega de curso, Diana, voltou à Braga de 2012 através de “cores, formatos e texturas”. Os jardins foram uma das inspirações, mas o azul de algumas peças é uma homenagem ao Palácio do Raio.
Para André Bacelar estas andanças não são novidade. O jovem estreou-se no concurso em 2018, gostou “do conceito e do ambiente” e tem repetido a experiência todos os anos. O concurso, assume, “dá sempre alguma visibilidade” ao seu trabalho, tendo até surgido alguns convites. Este ano, a aposta vai para o azul, o verde e o cor-de-rosa. Inspirado em várias Capitais Europeias da Juventude, o bracarense deixou-se “levar numa viagem” para criar diferentes peças. O objetivo, revelou, é que “a pessoa possa imaginar vestir o que a rodeava”.
Apesar de ser um concurso, nenhum dos três candidatos o encara como tal. Daniela Castro participa, sobretudo, “para ganhar experiência”. Diana Gonçalves entrou nesta aventura para “perceber melhor como funcionam os desfiles, porque não tem experiência ainda”. “O importante é a colaboração e a experiência que ganhamos uns com os outros”, acrescentou. Já André Bacelar diz não ser competitivo e por isso quis apenas “desfrutar do dia”.
Cinco edições depois, Sameiro Araújo, vereadora da Juventude na Câmara de Braga, garante que a iniciativa “tem tido sucesso”. Prova disso, é Cândida Pinto, vencedora da primeira edição, que este ano integrou o júri. Além disso, revelou a vereadora, esta jovem bracarense esteve, este ano, “a vestir artistas nos Globos de Ouro”. “O objetivo deste concurso é dar a conhecer o trabalho dos jovens do distrito. São josvens com muita qualidade que precisam de palco para serem lançados”, rematou.
O concurso destinou-se a jovens naturais ou residentes no distrito de Braga, ou estudantes em instituições de ensino do distrito, com idades compreendidas entre os 18 e os 30 anos, com ou sem formação na área da criação de moda.
