Música indie junta-se ao Braga em Risco na edição “mais internacional de sempre”

É apontada como a edição “mais internacional de sempre” e vê aliar-se a música indie à programação. A 6.º edição do Braga em Risco, que decorre de 5 a 18 de novembro, foi apresentada esta segunda-feira, nos Paços do Concelho. O Encontro de ilustração, que acontece em Braga desde 2016, conta, este ano, com um orçamento municipal de 80 mil euros, que permitirá apresentar 20 exposições, 28 oficinas, mais de 50 oficinas nas escolas, quatro mercados de arte, 12 visitas guiadas, 10 apresentações de livros, dois workshops e mais de 70 artistas participantes. Entre os locais por onde passará este Braga em Risco, destaque para a Galeria e o Largo do Paço da Universidade do Minho, a Casa dos Crivos, a Biblioteca Lúcio Craveiro da Silva, o Museu da Imagem, a Livraria Centésima Página e, entre as novidades, o Mercado Municipal.
Segundo o presidente da Câmara, Ricardo Rio, o ano passado passaram pelo evento “oito mil pessoas”, um número que este ano “pode ser escalado”, se o tempo ajudar.
Este ano, o Braga em Risco vai assinalar os centenários de Maria Ondina Braga, José Saramago e Agustina Bessa Luís. “Ruas do Risco é uma iniciativa que contará com excertos destes escritores, que percorrerão a Rua de São Marcos e a Rua do Souto. Além disso, a exposição “Braga 22×22 – Ondina Ilustrada”, na Casa dos Crivos, e a apresentação do livro “Maria Ondina Braga. Quero encontrar-me comigo”, na Galeria do Paço, a 12 de novembro, evocam ainda a escritora bracarense.
Indiegesto decorre a 11 e 12 de novembro, no Salão Medieval da reitoria da UMinho
A grande novidade desta edição é o festival Indiegesto, que decorre a 11 e 12 de novembro no Salão Medieval da reitoria da UMinho, numa parceria com a Plataforma Pandemónio. O programa abre com o concerto de Arianna Casellas y Kauê, às 19h30, seguindo-se a atuação de André Júlio Turquesa, às 22h00. No dia seguinte, Aníbal Zola atua às 18h00 e o cabeça de cartaz Luca Argel, às 19h30, que vai estrear aquilo a que chama “concerto literário”.
Segundo a diretora artística, Marta Moreira, “o desafio era tentar perceber de que maneira a música se podia juntar a este evento”. Neste caso, evidencia, o carta escolhido tem enfase “numa certa narrativa”, ou seja, “não é o típico concerto, mas um concerto que conta uma história”.
Braga em Risco dá palco a artista que não tem trabalho por ser russa
A polaca Joanna Concejo, “que vai fazer uma masterclasse, workshops e exposição de originais”, Nathalie Minne, nascida na Normandia, vai lançar o livro “O pequeno ladrão de palavras no Braga em Risco, a espanhola Marina Gibert, “uma jovem catalã que vai estar com o livro “A Selva” e a exposição das ilustrações, 3 Alexandre Rampazo, “um brasileiro, com muitos anos de carreira”.
Para Pedro Seromenho, este evento permite “lançar novos valores e mostrar o que os jovens andam a fazer”. Por isso, dará palco a Nastya Varlamova, uma artista russa, que vive em Lisboa há quatro anos, devido à sua nacionalidade. “A arte tem que ser uma libertação. Se deixou o país dela e procura na arte a liberdade que não tem no seu país, quem somos nos para lha tirar? Apostei na Nastya, que está a fazer um diário gráfico com 12 imagens de lugares de Braga e está a ficar lindíssimo”, contou o curador.
Esta edição reforça ainda a proximidade com a Galiza e, nesse sentido, irá lançar-se a coletiva “De Braga a Corunha num Risco”, com 10 ilustradores de Braga e 10 da Corunha “e criamos uma ponte através da ilustração de 10 temáticas de cada cidade”, explicou Pedro Seromenho.
“A 6.ª edição deixa já antever um grande futuro”
O Braga em Risco tem sido o palco de vários artistas. O curador destacou ainda o exemplo de Bárbara Rocha, autora da imagem de marca do evento deste ano, que, diz Pedro Seromenho, “é uma filha do Braga em Risco”. “A Bárbara participou no Mercado Riscado na primeira edição e foi desafiada a fazer oficinas nas escolas”, apontou.
O Braga em Risco conta ainda com quatro mercado, a decorrer no Largo do Paço. A 5 de novembro, entre as 15h00 e as 18h00, terá lugar o Mercado Riscado. No dia seguinte, entre as 10h00 e as 18h00, decorrerão os Mercados Incríveis da Arte. A 12 de novembro, das 14h00 às 16h00 e das 16h30 às 18h30 , é a vez do Mercado Mini Porto Belo. A fechar, a 13 de novembro, entre as 10h00 e as 18h00, decorre o Mercado Riscado com os alunos do Mestrado de Ilustração do Instituto Politécnico do Cávado e do Ave.
Para Ricardo Rio, este é um evento que, ao longo do tempo, “ganhou novos públicos e qualidade”.
“A 6.ª edição deixa já antever um grande futuro”, finalizou Seromenho.
São esperadas cerca de oito mil pessoas no evento, que decorre de 5 a 18 de novembro, em oito espaços da cidade.
