Cuidadores informais. “A grande dificuldade é o apoio económico”

Faltam apoios económicos para os cuidadores informais. O alerta é deixado pela enfermeira do Hospital de Braga, Rita Vieira. A unidade hospitalar promove, esta segunda-feira, uma sessão de esclarecimento sobre estes cuidadores.

“Efetivamente, a grande dificuldade é o apoio económico. Cuidar implica alimentar, vestir, vigiar, acompanhar nas consultas médicas, gerir o seu lar. O cuidador acaba por abdicar de cuidar de si”, descreveu Rita Vieira.

Segundo esta profissional, além das “dificuldades em termos económicos”, consequência do facto de os cuidadores terem que deixar os seus empregos, há também relatos de “alterações do estado de saúde, de depressões, pelo desgaste de ser cuidador”.

A coordenadora do Grupo de Trabalho do Cuidador Informal da Segurança Social, Helena Nogueira, adiantou, no sábado, data em que se assinalou o Dia do Cuidador, que há em Portugal cerca de 11 mil cuidadores informais, maioritariamente mulheres (83%) e, desses, 2689 têm subsídio atribuído.

De acordo com a Associação, os rendimentos de referência do agregado familiar do cuidador informal principal têm que ser inferiores a 576,16 €, sendo o rendimento calculado com base na ponderação de cada elemento do agregado familiar. A idade média de um cuidador informal é de 55 anos e as pessoas que necessitam de cuidados têm em média 60. “Com o envelhecimento da população, temos, cada vez mais, cuidadores que também precisam de ser cuidados”, explicou a enfermeira Rita Vieira. Cerca de 30% dos cuidadores informais denotam sobrecarga intensa.

A ação de esclarecimento decorrerá na ágora do Hospital, mas houve também uma sessão informativa com a participação da vice-presidente da Associação Nacional de Cuidadores Informais, Maria Anjos Catapirra.

O objetivo é “esclarecer todos os potenciais cuidadores, que tenham dúvidas sobre o processo de requerer o Estatuto de Cuidador Informal”. “Queremos sensibilizar a população sobre a necessidade de olharmos para este assunto. Há falta de apoios para que a pessoa possa cuidar de alguém e cuidadores poderemos ser todos nós”, frisou.

Recorde-se que o Governo, anunciou no sábado, que vai criar 10.300 vagas que irão reforçar os lugares em estruturas para idosos ou lares residenciais para pessoas com deficiência, permitindo o descanso do cuidador informal.

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Liliana Oliveira
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