“Não me parece que nenhuma maternidade vá encerrar, mas é um erro ignorar os autarcas”

O bastonário da Ordem dos Médicos considera que a concentração de serviços de urgência obstétrica pode ser positiva, mas critica o facto de o Governo não envolver os autarcas nas decisões.

Miguel Guimarães está, esta sexta-feira, em Braga, cidade que acolhe o 25.º Congresso Nacional da Ordem dos Médicos.

A comissão de acompanhamento responsável por apresentar uma reforma para as maternidades propôs o fecho de várias urgências de ginecologia e obstetrícia. Uma delas é a do Centro Hospitalar do Médio Ave que serve três concelhos Famalicão, Trofa e Santo Tirso.

“Nunca se deve tomar nenhuma decisão, mesmo que seja concentração de serviços de urgência, que pode ser positiva, sem, primeiro, ser falada com os presidentes de Câmara”, explicou o bastonário. Miguel Guimarães diz ser “um erro” o Governo “ignorar o papel dos autarcas nesta matéria, que tem uma importância fundamental”.

“Não me parece que nenhuma maternidade vá encerrar”, frisou o bastonário, explicando que o que deverá acontecer são “algumas modificações no horário de abertura dos serviços de urgência”. “Em vez de estarem todos abertos 24 horas por dia, existirem alguns que estão abertos o tempo todo e outros que a partir da 20 horas e ao fim de semana estão fechados, o que permite que haja menos concentração de trabalho em poucos médicos”, apontou.

Segundo Miguel Guimarães, a concentração de serviços implicará que, no período noturno e ao fim de semana, as grávidas da zona de Famalicão, Santo Tirso e Trofa recorram ao serviço de urgência do Hospital de Braga ou Guimarães. “No período noturno, em que há menos grávidas, toda a gente que não esta a fazer urgência colabora e, assim, em vez de fazer várias urgências por semana fazem muito menos urgências”, referiu.

A comissão de acompanhamento responsável por apresentar uma reforma para as maternidades propôs o fecho de várias urgências de ginecologia e obstetrícia. Uma delas é a do Centro Hospitalar do Médio Ave, em Famalicão, onde são feitos, em média, 1200 partos por ano. 

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Liliana Oliveira
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