UMinho vai iniciar formações sobre inteligência artificial

A Universidade do Minho vai iniciar formações junto dos docentes sobre inteligência artificial. O objetivo passa por encontrar estratégias para a inclusão de ferramentas como o ChatGPT nas salas de aula.
Esta quarta-feira, o IDEA – Centro de Inovação e Desenvolvimento do Ensino e da Aprendizagem promoveu o II Fórum + Educação Superior, sob o tema “Educação superior em tempos de Inteligência Artificial” (IA), onde foi apresentado o resultado de um questionário em que das 334 pessoas abordadas 237 dizem conhecer a ferramenta e saber explicar as suas funcionalidades, 59 sabem da sua existência, porém não estão certas quanto às funcionalidades, 23 já se depararam com a mesma e 15 não conhecem.
Como consciencializar e desenvolver o espírito crítico dos mais jovens em relação aos conteúdos gerados, por exemplo, pelo ChatGPT, ou como pode esta e outras ferramentas serem introduzidas em sala de aula, à semelhança do que aconteceu com as calculadoras e os telemóveis, foram alguns dos pontos discutidos.
O pró-reitor para os Assuntos Estudantis e Inovação Pedagógica, Manuel João Costa, frisa que a academia quer contrariar a ideia de que as Universidades são conservadoras e iniciar já formações junto dos docentes e iniciativas conjuntas com a Associação Académica da Universidade do Minho, de modo a auscultar os estudantes.
Durante a tarde foi dado o primeiro passo no sentido de discutir as vantagens e desvantagens em relação à inteligência artificial. Do lado dos estudantes Tiago Soares, aluno de Engenharia Informática, confessa já ter utilizado o ChatGPT.
Questionado pela RUM, o aluno refere a importância de os docentes começarem a utilizar novas metodologias de avaliação e ensino, de modo a fomentar o sentido crítico que será premente, concluíram os oradores que fizeram parte do painel, para avaliar os conteúdos gerados, neste caso em concreto, pelo ChatGPT. “Os docentes devem esquecer padrões repetitivos”, sublinha.
Jorge Mateus, investigador do Centro de Ética, Política e Sociedade, acredita que as questões relacionadas com a ética e privacidade dos dados pessoais serão dois dos grandes desafios na discussão da inteligência artificial. O investigador alerta para o facto de muitas vezes, os robôs serem alvo de comportamentos violentos, visto que acabam por não estar programados para reagir, o que pode levar a que um indivíduo tenha esses mesmos comportamentos junto de humanos. No entanto, não descarta as vantagens destas ferramentas que permitem o acesso a informação que “de outra forma não iria parar às nossas mãos”.
Já Paulo Novais, professor do Departamento de Informática da Escola de Engenharia da UMinho, diz ser contra a humanização da inteligência artificial e defende que as máquinas não devem ser programas para terem valores, pois isso levantaria questões sobre quais os valores corretos que devem ser programados.
Recentemente, a UMinho viu aprovada uma candidatura que prevê a melhoria de 40 salas de aulas. A maioria das intervenções vão ocorrer no campus de Azurém. “No final do segundo semestre acredito que já seja possível começar a mudar as salas”, avança. Serão instalados sistemas para streaming e novos ecrãs interativos.
A instituição vai também submeter uma candidatura com o objetivo de adquirir novo mobiliário que permita uma maior interatividade. A pensar nos alunos com necessidades especificas serão instaladas mesas com uma altura superior pensadas para alunos cadeirantes.
Face a 2021, a UMinho viu aumentar o número de alunos com necessidades específicas em 24,46%, que perfaz um total de 290.
