Líderes das CIM com reservas sobre proposta da AEMinho para fusão

Os presidentes das Comunidades Intermunicipais (CIM’s) do Cávado, do Ave e do Alto Minho ainda não se pronunciam, de forma taxativa, sobre a proposta da Associação Empresarial do Minho (AEMinho) que resultaria na fusão entre as três.
Tal como a RUM adiantou, em primeira mão, Ricardo Costa, presidente da AEMinho, vai defender a fusão entre as três comunidades intermunicipais, junto do ministro da Economia, num encontro agendado para o mês de março, considerando que este passo permitirá potenciar a região e acabar com a ideia de que fica tudo no Porto e em Lisboa.
O líder dos empresários do Minho apela a um novo modelo de cooperação. “Temos que olhar para dentro, e perceber também que não temos tido a coesão e a cooperação entre os vários municípios e comunidades intermunicipais, para que o Minho seja olhado como uma fonte de negócio e desenvolvimento, seja ele social, cultural ou económico, que o é, mas que muitas vezes não sabemos valorizar”, disse aos microfones da RUM.
Entretanto, a Universitária procurou ouvir os diferentes presidentes das Comunidades Intermunicipais, mas nem todos querem falar abertamente sobre o tema
Contactado pela Universitária, o presidente da Comunidade Intermunicipal do Alto Minho, Manoel Batista, remeteu uma opinião sobre o assunto para mais tarde. Já o presidente da CIM Cávado, Ricardo Rio, considera que no momento atual “essa fusão não soluciona nenhum problema em particular”.
Sustentando que se trata apenas de uma visão pessoal, e que o assunto mereceria a análise dos restantes autarcas dos concelhos que constituem esta comunidade intermunicipal, o edil de Braga admite que, em algumas áreas, “é muito importante existir uma concertação de esforços entre estes territórios”, mas avisa que “há dinâmicas muito próprias que se podem perder com a agregação”.
Por isso, sugere que este processo passe, “em primeira linha, pela criação de mais sinergias entre as três CIM’s, o alargamento das áreas de colaboração, de priorização de algumas áreas, como é o caso de transportes, em termos de resposta coletiva”. Apesar disso, o social democrata não esconde que no passado, antes de se tornar autarca, foi um dos defensores da constituição da grande área metropolitana do Minho.
Domingos Bragança, cauteloso na análise, quer ouvir melhor os argumentos da AEMinho
Confrontado com esta medida defendida pela Associação Empresarial do Minho, o presidente da CIM do Ave e autarca de Guimarães, Domingos Bragança, prefere “ouvir”, ainda que sublinhe que os argumentos “têm que ser fortes”.
“Guimarães tem estado bem com as comunidades intermunicipais. A reorganização administrativa tem beneficiado Guimarães. As políticas são muito mais dialogadas”, refere o autarca socialista.
O Conselho Geral da AEMinho vai contar com a presença do ministro da Economia, com autarcas da região, empresários e outras entidades do Minho, e está agendado para 21 de março.
*Escrito por Elsa Moura e Tiago Barquinha Gonçalves
