Negociação suplementar. Professores e Ministério reúnem-se com “linhas vermelhas” sobre a mesa

Realiza-se esta quinta-feira uma reunião suplementar que pode desbloquear o impasse entre o Ministério da Educação e os sindicatos dos professores. Sobre a mesa está o novo regime de recrutamento e colocação. À falta de um entendimento, ganhará força o cenário de greves às avaliações.
Ao cabo de cinco meses de negociações infrutíferas, as estruturas sindicais dos professores pediram uma reunião suplementar. Enunciaram “seis linhas vermelhas” para esta ronda negocial.
A proposta que merece maior contestação sindical é a criação de conselhos de diretores. Os sindicatos reclamam ainda correções ao diploma para pôr termo a ultrapassagens na vinculação dos docentes contratados, ou a descriminação da remuneração dos contratados em relação aos profissionais integrados nos quadros.Os sindicatos de docentes advertem que a luta só terá fim quando o Ministério da Educação agendar outras matérias como a recuperação do tempo de serviço congelado.
Outras “linhas vermelhas” são restrições à mobilidade interna, os “horários-zero” e a “insuficiência” do desdobramento do agrupamento 530.
Os sindicatos reivindicam a recuperação de de seis anos e meio de serviço congelado, além do fim das vagas de acesso aos quinto e sétimo escalões, ou a quotas nas avaliações.
Em resposta a um inquérito, mais de 30 mil professores manifestaram-se disponíveis para novos períodos de paralisação, desde logo greves às avaliações do segundo período e exames nacionais.A reunião suplementar foi pedida pela plataforma de nove sindicatos que inclui a Fenprof – Federação Nacional de Professores e a FNE – Federação Nacional de Educação.
Caso não haja acordo esta quinta-feira, a plataforma sindical anunciará novas medidas de luta.
Todavia, esta ronda de conversações pode perdurar 15 dias. Isto se o Ministério de João Costa quiser continuar a negociar determinados pontos.
Ministro da Educação encara negociação suplementar “com realismo”
No dia em que se realiza uma ronda negocial suplementar com os sindicatos dos professores, o ministro da Educação admite que pode não ser possível obter “um acordo global”. João Costa vê, todavia, “muitos pontos” de aproximação.
RTP/Lusa
