Estudantes querem Universidades mais próximas das empresas e aposta nas soft skills

Alguns dos estudantes da Universidade do Minho consideram que as instituições de Ensino Superior não estão a valorizar a importância das soft skills no currículo académico dos jovens.

No debate promovido pela RUM, a propósito do Dia Nacional do Estudante, que se assinala esta sexta-feira, Lúcia Carvalho, uma aluna da licenciatura em Música, afirmou que “a conexão que não se está a ter com o mercado de trabalho” é uma das suas maiores preocupações. “Eu sou aluna do primeiro ano e tenho a sorte de já ter acesso ao mercado de trabalho, mas a maior parte dos meus colegas não tem, porque as empresas não confiam e a Universidade deve ter mais protocolos com as empresas”, apontou. Para esta jovem, “o Ensino Superior está muito afastado daquilo que o mercado de trabalho exige”.

Diana Gouveia divide o seu doutoramento em Arquitetura entre Portugal e a Bélgica.

“Ao investirmos no ensino superior estamos a investir nas empresas do futuro e nas pessoas que vão contratar no futuro”, começou por evidenciar. Pela sua experiência pessoa, “lá fora é muito mais clara a importância do Ensino Superior”. “Noto muita diferença, se a capacidade do corpo docente e fortíssima cá, na Bélgica dão muitas oportunidades que cá não dão, desde logo porque se preocupam com as soft skills”, evidenciou.

Esta visão é partilhada pela presidente da Associação Académica da Universidade do Minho. Margarida Isaías lamenta que “as universidades não estejam a acompanhar a inovação tecnológica e pedagógica” e, consequentemente, “não estão a acompanhar as necessidades do mercado de trabalho”. “São poucas as universidades e, dentro destas, as escolas que valorizam e que promovem essa identidade profissional como um todo”, reforçou.

Para Pedro Andrade, do mestrado em Engenharia Aeroespacial, é importantes que as instituições de ensino superior percebam as necessidades do setor empresarial para adaptar a sua oferta formativa. O jovem acha importante a ligação das universidades às empresas, para perceber “as soft skills que cada uma potencia”.


As instituições de ensino superior devem olhar para as novas tecnologias como uma oportunidade


Para Diana Gouveia, “a educação no geral tem que se adaptar às novas tecnologias e em vez de as ver como ameaça, vê-las como uma oportunidade”.

“A UMinho é uma Universidade progressista e pretende posicionar-se como uma instituição que olha para a inovação e tenta perceber como podemos usar essas ferramentas de um ponto de vista não só tecnológico, mas também aliado às componentes sociais”, explicou. Para a investigadora, esta é uma oportunidade que pode ajudar a resolver alguns dos problemas do Ensino Superior, como o alojamento. “Podemos ter alunos que continuam a viver na casa dos pais e haver cursos online, como existe na Universidade de Stanford ou Cambridge”, exemplificou.

Para a presidente da AAUMinho, “o Ensino Superior tem muito a ganhar com a tecnologia”. “Houve um boom na evolução tecnológica e não vemos o Ensino Superior, e o ensino em geral, a acompanhar esta evolução. Não faz sentido e tem impacto no futuro, porque é no Ensino Superior que definimos o futuro do país”, apontou.

Pedro Andrade, aluno do mestrado em Engenharia Aeroespacial, destaca as oportunidades decorrentes da pandemia da Covid-19, como o ensino à distância. “Com o ensino misto, consegui conciliar bastante melhor o meu estudo, porque conseguíamos ter acesso às aulas, em formato digital, e, numa época mais próxima de testes, conseguimos rever esse conhecimento de uma maneira mais consolidada”, afirmou.

Pode ouvir o debate na íntegra aqui.

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Liliana Oliveira
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