CMB não vai dar continuidade ao apoio ao projeto Parkinsound

O Município de Braga não vai dar continuidade ao apoio ao projeto Parkinsound. A informação foi avançada à RUM pela neurologista Margarida Rodrigues, uma das mentoras desta orquestra comunitária juntamente com o músico Pedro Santos.
Recorde-se que este projeto desenvolvido por médicos do serviço de neurologia do Hospital de Braga, foi recentemente distinguido com o prémio de melhor trabalho de investigação clínica no Congresso Nacional de Doenças do Movimento.
A ideia seria criar uma orquestra comunitária mais alargada, de modo a validar benefícios em termos motores, porém sem apoios, Margarida Rodrigues considera difícil dar continuidade a este trabalho. ” Infelizmente, nas últimas semanas a Câmara de Braga comunicou que não tem verbas que permitam dar continuidade ao projeto”, refere.
O projeto piloto monitorizou 22 doentes que, no final desta experiência, demonstraram melhorias em relação ao seu bem-estar. Uma vez que este foi um grupo de controlo reduzido, os resultados não tiveram “significado estatístico”. Agora, a equipa pretendia aumentar o número de participantes para monitorizar possíveis benefícios em termos motores.
Depois de um período de grande isolamento social, devido à pandemia de covid-19, a neurologista enaltece esta oportunidade de partilhar experiências e sentimentos em relação à sua experiência pessoal com a patologia. O músico Pedro Santos desafiou todos os participantes a escreverem textos ou poemas que, mais tarde, deram origem a composições musicais originais que foram apresentadas, em concerto, no auditório Vitta.
De frisar que a grande maioria dos participantes não tinha tido qualquer experiência musical no passado.
Na próxima semana, Margarida Rodrigues vai apresentar este projeto “pioneiro” no Congresso da Sociedade Portuguesa de Neurologia” e em agosto, no Congresso Mundial de Doenças do Movimento, que terá lugar em Copenhaga, na Dinamarca.
Esta terça-feira, 11 de abril, é assinalado o Dia Mundial do Doente com Parkinson. A prevalência desta doença tem vindo a aumentar principalmente a partir dos 50 anos. Esta patologia carateriza-se pelo tremor de uma mão ou perna de um dos lados do corpo e alguma rigidez muscular.
