PS acusa CMB de não investir em parques desportivos. Rio fala em “avaliação precoce”

Os vereadores do Partido Socialista, em Braga, criticam o projeto desportivo que o executivo liderado por Ricardo Rio tem para a cidade. Artur Feio e Ricardo Sousa lamentaram, em conferência de imprensa, esta quinta-feira, o atraso em diversas obras de requalificação de recintos desportivos, que eram compromissos eleitorais da coligação de direita.

Em Gualtar, o campo desportivo continua sem ver a luz do dia, ainda que, em março deste ano, Sameiro Araújo tenha dito à RUM que o projeto estaria a ser reformulado.

O vereador do PS, Ricardo Sousa, lembra que, em 2020, foi apresentada “uma grande obra para o campo de futebol de Gualtar”, que incluía “um parque de lazer, a requalificação integral do campo de jogos e a criação de uma rede de percursos pedestres”, sendo a previsão de conclusão apontada para 2022, data a partir da qual “as valências ficariam abertas à fruição do público em geral”. A obra não avançou e o socialista lamenta que a mesma volte a integrar o programa eleitoral da coligação de direita em 2021. “Há, nessa altura, a conclusão de um projeto de arquitetura e um caderno de encargos, mas com o novo mandato deste executivo há um parar deste projeto, devido à subida dos preços da construção”, apontou Ricardo Sousa, que critica a justificação, considerando que este aumento dos custos “não implica que a obra seja parada”.

“Presidente do São Paio d’Arcos coloca em hipótese abandonar o exercício das suas funções, por não ter condições”

“Todas aquelas promessas que envolvem grandes execuções, se não forem lançadas até final deste ano, muito dificilmente teremos a execução das obras neste mandato”, reforçou Artur Feio.

O socialista vai mais longe dá exemplos concretos: “O presidente do São Paio d’Arcos, uma equipa que está no Nacional e jogou em Arentim toda a época passada, coloca em hipótese abandonar o exercício das suas funções, por não ter condições”. Neste caso, segundo Feio, foi prométio o alargamento do campo, mas trata-se de uma “promessa eleitoral que continua por cumprir”.

Em Esporões, o campo “continua por executar” e em Fraião, o pavilhão desportiva que vai nascer no antigo campo dos Maikes, dedicado à ginástica, está “abandonado e sem qualquer solução à vista”. A casa do Académico Basquete Clube (ABC), o Pavilhão Flávio Sá Leite, “continua sem ter qualquer intervenção planeada”. “Assistimos a um conjunto de adiamentos, que resultam muito desta lógica de andar a justificar o injustificável. Tudo começado, nada acabado”, criticou Artur Feio.

“Não se percebe muito bem qual é o projeto desportivo da maioria”

Ricardo Sousa referiu ainda que “na carta desportiva que este executivo fez em 2014, assume-se que Braga tem uma área desportiva útil de quatro metros quadrados por habitante, um valor que está dentro da referência europeia”. Ainda assim, acrescentou, a maioria refere que “o planeamento desportivo do anterior executivo socialista não era muito correto porque distribuía de uma forma muito dispersa os equipamentos”. “A nossa visão é precisamente a contrária. Em 2023, podemos assumir que o investimento do PS de cada freguesia ter os seus equipamentos desportivos, antes de 2013, respondem a este índice que o município apresenta como o ideal em Braga para a prática desportiva”, apontou ainda. O vereador do principal partido da oposição recorda que “Gualtar tem, neste momento, três equipas federadas, que jogam fora da freguesia, por não terem campo”. “Não se percebe muito bem qual é o projeto desportivo da maioria”, afirmou Ricardo Sousa.

O maior partido da oposição vai apresentar, na próxima reunião de Câmara, uma proposta para que o concelho conte com um rácio maior de equipamentos desportivos.


Campo de jogos de Gualtar não avança este ano

Contactado pela RUM, o presidente da Câmara de Braga, Ricardo Rio, realça que, em relação às novas construções, “é preciso desmistificar essa ideia que só existe mérito em fazer de novo e não se valoriza o aproveitar aquilo que é inútil”, apontando como principal exemplo de reinvenção o Parque Desportivo da Rodovia. Rio diz que os compromissos eleitorais devem ser “avaliados no final de cada mandato e não a meio”, acusando o PS de fazer “uma avaliação precoce”.

Segundo o autarca, “houve necessidade de rever o projeto do campo de jogos de Gualtar, não apenas por questões de custo, mas também por questões de enquadramento do projeto e questões de pareceres externos”. “O processo tem estado em revisão nas mãos do arquiteto e aguardamos por esses resultados para depois dar seguimento a esse projeto”, apontou. Ainda assim, o presidente admite que dificilmente avançará este ano.

Em Esporões, a situação é idêntica ao que se passa em Gualtar, revelou, “mas o processo está numa fase mais avançada”.

“São Paio d’Arcos é uma excelente demonstração da incompetência do executivo socialista, que fez um campo sem as medidas regulamentares”

“O caso de São Paio d’Arcos é uma excelente demonstração da incompetência do executivo socialista, que, aquando da realização da obra, conseguiu fazer um campo sem as medidas regulamentares”, atirou o autarca. Neste caso, há dois impedimentos à resolução do problema: “O campo pertence à SGEB e enquanto não houver uma liquidação, não temos condições para avançar

com o que quer que seja; outra questão tem a ver com a própria área de expansão do campo, porque já está negociado com um proprietário vizinho uma possível expansão do campo para cumprir

essas mesmas medidas regulamentares, mas depende de uma alteração do PDM, o que só irá ocorrer no final deste ano”.

Em Fraião, o projeto “irá seguramente ocorrer até o final deste mandato”.

Ricardo Rio lembrou ainda as requalificações que foram realizadas durante os seus mandatos, como o Pavilhão das Goladas ou a Piscina da Ponte.

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Liliana Oliveira
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Sara Pereira
NO AR Sara Pereira A seguir: Carolina Damas às 17:00
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