Braga. Feira deserta em agosto deixa vendedores desesperados

Silêncio e bancas sem clientes marcam a feira de Braga, à quinta de manhã, nas imediações do Pavilhão Flávio Sá Leite, no Sopé do Monte Picoto. Os vendedores de vestuário e calçado, que antes da requalificação do Mercado Municipal de Braga vendiam nas ruas envolventes ao equipamento instalado no centro da cidade, insistem que o plano da autarquia liderada por Ricardo Rio é acabar com este tipo de comércio em Braga e admitem voltar a solicitar uma reunião com o presidente do Município, na tentativa de o demover da decisão que os atirou para uma zona onde dizem que quase ninguém passa e que muitos bracarenses até desconhecem. 

Esperavam um alívio em agosto, mas a primeira quinta-feira do mês não deixa boas perspetivas para as seguintes. “Não anda aqui ninguém. Estamos em agosto. O nosso lugar é junto ao mercado. Porque é que os feirantes coletados, que pagam os seus impostos são postos aqui, onde não se faz negócio?”, pergunta Hélder Oliveira ouvido pela RUM no local. Acusam o Município de Braga de “falta de abertura” e assinalam que a feira tem de voltar ao mercado, onde as pessoas estavam habituadas a passar.


Uma manhã inteira sem ganhar para pagar o aluguer do espaço à CMB


Os vendedores com mais de quarenta anos de trabalho são os mais revoltados. “Arrumaram-nos para aqui para não nos mandarem para casa”. “Não ganhamos para pagar despesas”. “Há clientes que nem sabem que estamos aqui”, são algumas das perspetivas. Referem que com as bancas nas imediações do Mercado Municipal conseguiam vender porque quem tem por hábito fazer as suas compras na Praça, aproveitava e passava nas bancas, promovendo sempre mais negócio.

As queixas são sistemáticas e vários vendedores já desistiram de Braga para optar por outras feiras em concelhos vizinhos. Quem procura resistir admite estar ‘por um fio’. Vendem pouco e alguns já passaram uma manhã inteira sem vender uma única peça, regressando a casa com prejuízo. Outros dizem que o negócio realizado numa manhã quase não dá para pagar o aluguer do espaço ao Município de Braga.

No mesmo local, a Feira Semanal de Braga, às terças, tem sempre mais afluência.

c/Vanessa Batista

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Elsa Moura
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