BE critica governo e postura da CMB sobre municipalização do Museu D. Diogo de Sousa

O Bloco de Esquerda (BE) de Braga vai apresentar uma moção, em sede de Assembleia Municipal, contra a municipalização dos Museus de Arqueologia D. Diogo de Sousa e Biscainhos. A garantia foi deixada esta sexta-feira após uma reunião do partido com a diretora do Museu. Além disso, será endereçada uma questão ao Ministério da Cultura para argumentar a decisão anunciada há cerca de dois meses e que já levantou muitas críticas, nomeadamente na sociedade bracarense, que até lançou até uma petição pública na tentativa de travar esta opção do governo socialista.

Numa recente reunião de executivo municipal, a CDU também viu aprovada por unanimidade uma moção tendo em vista o recuso do governo de António Costa nesta matéria.

Em declarações à imprensa local, a bloquista Alexandra Vieira acusou o Ministério da Cultura, dirigido por Pedro Adão e Silva, de estar “enredado numa teia legislativa que ele próprio criou”. “A lei da autonomia dos museus ainda não foi absolutamente concretizada e regulamentada quando já estamos a braços com uma redefinição estrutural de como estas estruturas estão a funcionar. Estamos a fazer mudanças estruturais sem ter feito as avaliações prévias daquilo que já existe”, alerta. Alexandra Vieira levanta ainda a questão sobre se todas as estruturas regionais de cultura funcionaram da mesma maneira e fizeram um bom ou um mau trabalho.

As críticas são também dirigidas ao presidente do Município de Braga. Sem uma posição clara na matéria, uma vez que, apesar de considerar que o melhor era manter como está, já disse que, em última instância, o município vai aceitar as competências. Ora, a antiga deputada bloquista na Assembleia República refere que Ricardo Rio “provavelmente não tem a noção do que é esta estrutura e o que é que implica em termos financeiros”. “Porque se ele tivesse essa noção provavelmente não defenderia essa ideia. A questão é: será que o Sr. presidente está disposto a alocar as verbas e os recursos humanos necessários à manutenção desta estrutura de relevância local, nacional e internacional?”, acrescenta.

Sustentando que as valências do Museu de Arqueologia D. Diogo de Sousa não são apenas regionais mas até nacionais e internacionais, o BE de Braga acusa o ministério da Cultura de estar a descartar competências e, em simultâneo, desvalorizar a dimensão do museu ao transferir a sua gestão para o município. Os bloquistas preparam-se para submeter, à próxima assembleia municipal de Braga, uma moção tendo em vista o recuo do governo nesta decisão, que em simultâneo será questionado sobre a matéria, por escrito.

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Elsa Moura
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Carolina Damas
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