Universidades do Minho e Vigo apostam no setor aeroespacial

No âmbito do Projeto AEROGANP, orçado em dois milhões de euros, 75% dos quais financiados pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER), Guimarães vai acolher um centro dedicado ao rastreamento via satélite para a receção e análise de dados espaciais e aéreos.
Liderado pela Universidade de Vigo, o programa conta com a cocoordenação da Universidade do Minho. À RUM, o coordenador português e também diretor dos programas de Engenharia Aeroespacial na academia minhota, Gustavo Rodrigues Dias, explica que o projeto surgiu “da interação entre o Norte de Portugal e a Galiza, em particular entre a Universidade do Minho e a Universidade do Vigo, no sentido de dinamizar a atividade do setor aeroespacial, que é uma área emergente, quer do lado galego, quer do lado português”.
Recorde-se que os cursos de Licenciatura e Mestrado em Engenharia Aeroespacial na Universidade do Minho entraram em funcionamento no ano letivo de 2022/2023. E, nesse sentido, salienta Gustavo Rodrigues Dias, ambas as universidades “estão a apostar fortemente nesta área e a criar condições, infraestruturas e projetos colaborativos para desenvolverem essa atividade”.
O projeto consiste na criação de um demonstrador com duas partes complementares. “No Centro de Investigação Aeroespacial de Rozaz, na Galiza, pilotos demonstrativos de tecnologias avançadas de drones vão produzir dados que, posteriormente, serão analisados e tratados no centro de Guimarães”, explica o responsável.
De acordo com Gustavo Rodrigues Dias, o projeto terá “impactos muito importantes” quer para os estudantes de Engenharia Aeroespacial de ambas as instituições, quer para o território. “Vai permitir que os nossos alunos e investigadores tenham acesso a esse tipo de informação, quer do ponto de vista da relação com a potencial indústria que possa existir e que nos possa procurar, quer para testar produtos próprios, quer para desenvolver tecnologias e produtos que estejam ligados a esta fileira do espaço”, aponta, acrescentando que a disponibilização dessa informação vai também “ajudar as empresas que queiram desenvolver os próprios produtos e as entidades que gerem os territórios”.
