Eleições AAUMinho. Margarida Isaías diz que diálogo é um dos meios para alcançar conquistas

Margarida Isaías recandidata-se à direção da Associação Académica da Universidade do Minho para alcançar mais conquistas para os estudantes minhotos, através do diálogo com as entidades governamentais. “O diálogo com os órgãos de governo é um dos principais meios que nós temos para fazer chegar as necessidades e também as soluções”, afirmou a estudante de Medicina. A candidata dá ainda um exemplo: “Levamos ao Ministério que a dificuldade no adiantamento dos valores às empresas nos contratos, nos concursos públicos, e que esse era um valor que era preciso aumentar. Já nos disseram que, de facto, esse valor vai aumentar”.
“A representatividade dos estudantes nos órgãos continuará a ser uma luta”
Numa altura em que estão a ser revistos os estatutos da Universidade do Minho, os conselheiros votaram, nas reuniões de novembro, o aumento do número de membros, passando de 23 para 29. Com base nesta alteração, os estudantes são a única classe cujo número não sofre alterações, mantendo-se nos quatro representantes, sendo o grupo menos representado do ponto de vista da proporcionalidade. Os estatutos seguem agora para um período de consulta pública, mas o documento voltará a ser votado em Conselho Geral.
A candidata da lista A disse, em entrevista à RUM, que “a representatividade dos estudantes nos órgãos é fundamental, tem sido e continuará a ser uma luta”. “Este ano, muito trabalho se fez ao nível da revisão do Regulamento Jurídico das Instituições de Ensino Superior e preocupa-me que o Conselho Geral queira também seguir esse sentido”, lamentou Margarida Isaías.
Com assento ela própria no Conselho, a estudante diz que “não se deve caminhar na direção de reduzir ainda mais esta representatividade, mas no sentido inverso”, e promete trabalhar para que isso não aconteça. “São quase 22 mil estudantes num universo de, se calhar, 25 ou 26 mil. Eu acho que nós devemos aumentar muito mais a representatividade”, reforçou. Margarida Isaías garantiu ainda que vai “responder à consulta pública” do documento, mostrando, mais uma vez, que está contra o que foi decidido.
Lista A quer fazer uma análise ao impacto do aumento do valor das senhas e do desporto na vida dos estudantes
Margarida Isaías teme que a crise política que o país enfrenta possa ter consequências nas pequenas conquistas que os estudantes conseguiram, este ano. “A queda do Governo colocou muito em causa todo o trabalho deste ano, especificamente falando das residências, da revisão do modelo de financiamento da Instituição de Ensino Superior, e esta instabilidade que se cria preocupa-nos também para percebermos se de facto este dinheiro vai chegar ou não”, frisou. A candidata enalteceu ainda uma outra conquista relacionada com a requalificação das residências existentes: “Sugerimos a abertura de um programa, via PRR, especificamente para a reabilitação de residências e já nos foi dito que vai acontecer, com verbas que são remanescentes”.
Tal como o candidato da lista H, Margarida Isaías defende um ensino superior gratuito, mas com uma redução gradual do valor da propina. Ainda na ação social, depois do aumento do preço das senhas da cantina e dos bares, bem como no acesso aos equipamentos desportivos da universidade, contestados pelas duas listas, Margarida Isaías propõe-se a fazer “uma análise ao impacto que tiveram estas alterações na vida dos estudantes”, se sair vencedora do ato eleitoral.
Ao contrário de Luís Pereira, da lista H, a estudante de Medicina, que já estava na direção quando a AAUMinho abandonou o Encontro Nacional de Direções Associativas (ENDA), diz que o órgão “define posições vinculativas, está definido no próprio regimento do ENDA, no sentido em que é um fórum de discussão, mas é também um fórum onde se votam posições, que são levadas aos órgãos de Governo”. “As posições vinculativas que saem são, maioritariamente, de Porto e Lisboa, que têm mais votos”, explicou. Por isso, a integração no movimento Académicas. permite à AAUMinho “levar na mesma a sua posição, sem que haja uma segregação do movimento estudantil, porque nós continuamos a debater, a discutir, mas, de facto, acabamos por levar as nossas posições de forma diferente”, frisou.
As eleições para os órgãos sociais da AAUMinho estão agendadas para 6 de dezembro, através do e-Votum.
As entrevistas aos dois candidatos já podem ser ouvidas, na íntegra, em podcast, em rum.pt.
Dar nota que, esta quarta-feira, os dois candidatos vão participar num debate, promovido pela Universitária e pela comissão eleitoral, a partir das 11h00, no A1. O debate será moderado pela jornalista Vanessa Batista.
Pode ouvir a entrevista na íntegra aqui.
