Bruno Maia quer reforçar o BE em Braga para chegar à AR

Reforçar o Bloco de Esquerda nas próximas eleições legislativas é o grande objetivo de Bruno Maia. O cabeça de lista pelo círculo eleitoral de Braga fala num projeto coletivo que aposta em caras já conhecidas na região como Alexandra Vieira, número dois da lista, e Sónia Araújo, que é quarta. O terceiro posto será ocupado por Miguel Martins de 23 anos e natural do Funchal, ilha da Madeira.
Bruno Maia é natural de Gondomar, tem 41 anos, é médico neurologista e intensivista na Unidade Local de Saúde (ULS) de S. José, em Lisboa, onde é também coordenador da Doação de Órgãos e Tecidos desta ULS e consultor da Comissão para a Diversidade.
Habitação, transportes e ambiente são alguns dos temas que vão merecer destaque nesta campanha eleitoral por parte dos bloquistas. Contudo, a principal luta, avança à RUM, será mesmo na área da saúde. Bruno Maia defende uma maior autonomia das unidades hospitalares para contratar profissionais.
Segundo o cabeça de lista este é um primeiro passo para colocar um ponto final no caos vivido nos hospitais da região, mais concretamente, nas unidades de Braga, Barcelos, Guimarães, Famalicão e Fafe.
Bruno Maia diz que irá exigir ao próximo governo que se sente à mesa para negociar com os sindicatos, de modo a “valorizar as carreiras dos profissionais”. ” O que nós precisamos de fazer é de trazer para o Serviço Nacional de Saúde os profissionais que existem, que estão em Portugal e que fazem falta no SNS. Só assim é que nós conseguimos resolver este problema”, refere.
Os primeiros quatro nomes da lista foram aprovados em plenário realizado no sábado e serão ratificados na Mesa Nacional do Bloco de Esquerda, a decorrer a 20 de janeiro, de acordo com o disposto nos estatutos.
De fora fica José Maria Cardoso, eleito pela última vez em 2019 e que falhou a reeleição em 2022. O cabeça de lista pelo círculo eleitoral de Braga garante que não se trata de uma rutura, visto que o barcelense “continua a ser um dos dirigentes, se não o principal do BE no distrito de Braga”. “É uma das pessoas que está na origem desta campanha e desta lista”, acrescenta.
Em 2019, o Bloco de Esquerda tinha conseguido duplicar a sua representatividade pelo distrito de Braga com a eleição de dois deputados, sendo que em 2022 o distrito ficou sem representação na Assembleia da República. Aos microfones da RUM, Bruno Maia fala em circunstâncias muito específicas e aponta ao melhor resultado possível nestas eleições.
“A esquerda no país precisa de uma votação forte no Bloco. Vimos, aliás, nos últimos 10 anos, que com o enfraquecimento do Bloco, aquilo que nós tivemos foi uma rutura de uma maioria absoluta socialista, que agravou todos os problemas do país. Portanto, aquilo que nós estamos a dizer às pessoas é que um Bloco de Esquerda reforçado, é aquilo que vai permitir negociar medidas concretas que permitam modificar, melhorar e transformar as vidas das pessoas”, afirma.
Recorde-se que em 2019, Bruno Maia concorreu pelo círculo eleitoral do Porto, na quinta posição da lista. No que toca à sua atividade cívica, foi um dos organizadores da primeira Marcha do Orgulho LGBTI+ no Porto, em 2006. Foi fundador do Observatório Português de Canábis Medicinal e integra a Mesa Nacional do Bloco de Esquerda.
