“Em 2013 a Bragahabit era uma empresa com informação rudimentar”

Vítor Esperança, que em 2013 assumiu a administração da Bragahabit, depois de quinze anos de gestão socialista naquela empresa, confessa que ficou “surpreendido” com o que encontrou, recordando que trabalhava num modelo completamente desatualizado. Com um currículo ligado à gestão de empresas privadas, em 2013, após a vitória da coligação Juntos por Braga que colocou fim a 37 anos de gestão socialista, Vítor Esperança foi convidado por Ricardo Rio para assumir a administração da empresa municipal Bragahabit, cargo que desempenhou até 2021.

Esta terça-feira, no podcast da RUM ‘Bragahabit – 25 anos, 25 históricas’, recorda o que encontrou quando assumiu estas funções, e reconhece que foi mais demorado o processo de colocar em marcha o plano que tinha sido proposto. “Deparei-me com outra empresa, um bocadinho atrasada no que diz respeito a gestão. A gestão faz-se com informação e [na Bragahabit] a situação mais difícil foi isso. Era uma empresa cuja informação era rudimentar e estava arquivada em papel, em pastas de arquivo do século passado, diria. Portanto, o principal desafio foi a organização, a informatização e o cumprimento do programa eleitoral que contemplava o aumento dos apoios municipais”, lembra.

Durante a administração de Vítor Esperança na Bragahabit foi demolido o bairro da Ponte dos Falcões. Um processo também ele “difícil dada a resistência dos moradores”. “A demolição já tinha sido decidida há muitos anos, houve a demolição de um ou dois edifícios, mas parou durante muitos anos, provavelmente pela dificuldade em realojar as famílias que lá estavam. Também me deparei com essa dificuldade”, explica. Na altura, residiam ali oito famílias, em sobrelotação. Por isso, foi obrigatório realojar “quase o dobro das famílias”, um processo com registo de “resistência das pessoas” que não queriam abandonar o bairro e de dificuldades na identificação de novos alojamentos, via aquisição ou aluguer.

Já a reabilitação do Bairro das Enguardas e do Bairro de Santa Tecla aconteceu através de financiamentos comunitários voltados para a eficiência energética. Outro dossier longo para aquela administração. Os bairros foram “transformados” com uma intervenção que apenas deixou a estrutura. Entre os problemas, o orçamento limitado para a realização dos trabalhos, assim como a deslocalização provisória de famílias durante o processo. “Tornou-se muito difícil devido à resistência. O trabalho foi feito pelas assistentes sociais da Bragahabit que dia-a-dia estiveram no terreno”, explica. Depois disso assume um sentimento de “realização” pelo trabalho que foi conseguido.

Ainda no período temporal em que assumiu a administração daquela empresa municipal, Vítor Esperança levou a cabo a primeira estratégia local de habitação de Braga. “Os regulamentos que existiam eram muito pobres em dimensão e nas caraterísticas. Houve que refazer praticamente tudo, critérios, lista de espera, publicidade, transparência, direitos deveres”, completa.

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Elsa Moura
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