Carla Mouro. “Há muito trabalho a fazer em relação aos direitos dos jovens”

Analisar o histórico dos investimentos e das políticas públicas e privadas voltadas para os jovens nos último 30 anos foi o mote da iniciativa realizada, esta sexta-feira, pela Fundação da Juventude, no Centro de Juventude de Braga.  Depois de passar pelo Porto, o programa ‘Jovem 2030’ esteve em Braga para debater os direitos humanos e a igualdade. A iniciativa contou com a presença da secretária de estado adjunta da igualdade, Carla Mouro, que apesar de reconhecer algum progresso nos últimos anos, Portugal ainda tem muito trabalho pela frente no que respeita às políticas direcionadas para a juventude a diferentes níveis.

A governante disse esperar que com as conclusões desta série de encontros, que se desenhe uma perspetiva e se “desafie o governo com aquilo que poderá ser a próxima década de políticas públicas e privadas dirigidas aos jovens”. Para a responsável, “é notável a evolução das políticas de juventude em Portugal, mas há ainda muito trabalho a fazer”. 


Entre os destaques, Carla Mouro aponta os Centros Europeus de Juventude existentes em Lisboa e Braga como exemplos de “excelência no apoio e na mobilização dos jovens portugueses e também a nível internacional”. Ressalta ainda que a defesa dos direitos humanos “é o fio condutor” para garantir que cada jovem tenha “a oportunidade de viver em liberdade, igualdade e em dignidade”.

A secretária de estado refere que esta iniciativa pretende “pensar o passado e desenhar e projetar um novo futuro”. O facto de o ‘Jovem 2030’ decorrer em Braga é “muito simbólico e muito importante”, assinalou ainda, recordando que foi na cidade dos arcebispos que a sua vida ativa na luta pela juventude começou. “Atualmente, ainda tudo passa por Braga, que pretende construir e desenhar um futuro, com bases necessárias para alcançar aquilo que nós pretendemos”, notou.

Braga no centro das discussões sobre as políticas voltadas para os jovens

Durante a apresentação, Carla Mouro relembrou os anos em que era estudante e relatou uma passagem que a liga a Braga, enquanto membro de uma das associações ligadas ao movimento estudantil. Após iniciar o percurso nas comissões do Conselho Nacional de Juventude, a responsável foi incumbida a enviar um “fax semanalmente para o secretário-geral das Nações Unidas solicitando que fosse realizado um encontro para elaborar uma declaração dos direitos dos jovens”, ideia que tinha tido meses antes.

Após várias tentativas, lembra que foi informada que havia uma resposta do secretário-geral. O dirigente respondeu afirmando que tinha vontade de fazer já no seguinte o referido encontro. Em 1998, foi realizada em Braga a primeira Conferência Mundial de Ministros responsáveis pela Juventude.

Antes mesmo de receber este evento ou ser Capital Europeia da Juventude no ano de 2012, o presidente da Câmara de Braga, Ricardo Rio, assumiu que “é incontornável falar de políticas voltadas para os jovens sem olhar para o exemplo de Braga”. Para o autarca a cidade “sempre foi palco de grandes discussões à escala internacional”.

Ricardo Rio também ressalta que a autarquia tem procurado tratar “a construção das políticas globais não apenas através de temas diretamente ligados à juventude”. O edil aponta ainda recente Conferência Anual das Cidades Criativas da UNESCO, realizada em Braga, que teve como tema ‘trazer a juventude para o debate na próxima década’, como um exemplo da “formatação das políticas públicas do futuro no concelho”. “Braga quer ser sempre uma cidade acolhedora, inclusiva, integradora”, ressalvou o autarca.

O programa contou ainda com a tertúlia ‘Jovens Líderes: um olhar com 20 anos sobre Direitos Humanos e Igualdade’ e a realização de um grupo de trabalho para a reflexão sobre o tema.

*Escrito por Marcelo Hermsdorf e editado por Elsa Moura

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