ULS de Braga deve reforçar o estudo e tratamento de arritmias

O Laboratório de Eletrofisiologia da ULS de Braga assinala, esta terça-feira, o 10.º aniversário desde que iniciou funções, em 2014. Durante este período, realizaram-se mais de 1.500 procedimentos de eletrofisiologia invasiva, 80% dos quais associado a tratamento ablativo. Para aumentar a capacidade de atendimento e diminuir o tempo de espera, a unidade deve receber até o final do ano uma nova sala de atendimento.
Inaugurado com o objetivo de expandir as opções de diagnóstico e terapêutica no âmbito das doenças cardíacas, a responsável pelo laboratório, Sérgia Rocha, destaca que nestes 10 anos, a equipa tem realizado procedimentos em maior volume e cada vez mais complexos, “fruto da capacitação e diferenciação dos profissionais”. Desde o início das funções, foram realizadas mais de 3.000 consultas.
Os números, para o tratamento de arritmias e taquicardias, devem crescer ainda mais “nos próximos 10 anos”. Com uma população residente que envelheceu 4,7 anos, entre 2012 e 2022, segundo o relatório divulgado pelo Eurostat, a profissional alerta para o possível aumento dos casos de fibrilhação auricular em Portugal, que é a arritmia mais comum na população idosa.
Estimativas afirmam que cerca de 10% da população possa sofrer com esta doença, que tem entre os sintomas mais importantes: palpitações, cansaço, dispneia (falta de ar), tonturas e desmaios
Para tentar diminuir o tempo de espera para a intervenção, que chega aos dois meses, e a lista de espera com cerca de 60 pessoas, o local está a ser alvo de uma reforma, de modo a contar com equipamentos mais modernos, que deverá ser uma realidade até “ao final deste ano” ou “início do próximo”.
Este novo laboratório vai permitir a realização de procedimentos mais seguros, “para os doentes e para os profissionais, porque irá reduzir a radiação utilizada”. A profissional explica que, muitos destes “estudos” utilizam fluoroscopia para obter imagens em tempo real e em movimento.
Porém, para que seja possível ajudar mais doentes, Sérgia Rocha alerta que será necessário contar com um reforço de recursos humanos. Entre as necessidades, estão técnicos de enfermagem com formação específica e um médico, “que à partida, já está a acabar a especialidade e tem interesse nesta área”.
*Escrito por Marcelo Hermsdorf e editado por Vanessa Batista.
