Alunos chegam ao ensino superior com lacunas significativas em disciplinas nucleares
Os alunos que estão a chegar ao ensino superior apresentam lacunas significativas em disciplinas nucleares como português e matemática. A informação é transmita pelos coordenadores de curso entrevistados no âmbito do estudo “As mudanças nas políticas de acesso ao ensino superior durante a covid-19: impacto na equidade”, financiado pela Fundação Belmiro de Azevedo.
Numa entrevista conjunta ao UMinho I&D, Carla Sá, investigadora do NIPE da Escola de Economia e Gestão da Universidade do Minho, e Orlanda Tavares, do CIEC do Instituto de Educação da UMinho, elencaram alguns dos efeitos da pandemia ao nível da aprendizagem mas também da saúde mental dos estudantes.
De acordo com os dados que conseguiram recolher, Orlanda Tavares adianta que “há efetivamente perdas de aprendizagem”, nomeadamente, “diminuição de competências sociais” que demonstram maiores dificuldades para realizar trabalhos em grupo e apresentações orais. Problemas do foro mental também foram reportados nas entrevistas com os coordenadores.
Quatro anos após a pandemia é possível concluir que as políticas excecionais de acesso ao ensino superior, aplicadas durante esse período, contribuíram para um maior número de estudantes a ingressar, porém, os grupos tradicionalmente excluídos continuaram de fora. “Há ligeiras melhorias, em alguns casos, em outros registou-se mesmo um agravamento”, realça.
Terminado este trabalho, as investigadoras alertam para os efeitos prolongados da pandemia no que toca às aprendizagens dos alunos com mais de 6 anos, visto que é nestas idades que são adquiridas, a título de exemplo, competências de leitura e escrita.
As investigadoras frisam a necessidade de “recuperar competências sociais e aprendizagens que foram perdidas durante o período da pandemia. Caso isso não seja feito vamos continuar a ver isto ao longo dos anos”.
O trabalho chama ainda à atenção para os benefícios das bolsas de estudo no combate ao abandono.
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