Alojamento. Casas “sem condições, com preços elevados e senhorios sem passar recibo”

Com as colocações da 1ª fase do Ensino Superior, são muitos os estudantes deslocados que aproveitam o tempo disponível para encontrar alojamento perto da academia. A RUM andou pelos meandros da Universidade do Minho para ouvir estudantes e pais sobre o processo de encontrar casa para este ano letivo.
Ana Rita Alves, de Barcelos, estava certa de que conseguiria uma vaga em Ciências da Comunicação, na academia minhota. Juntou-se, por isso, a uma amiga, também ‘caloira’ na Universidade do Minho, para encontrar um apartamento que pudessem partilhar.
“Vimos casas a preços absurdos, como um T1 a 800 euros. Fomos visitar algumas casas, em que de um quarto iam fazer dois quartos minúsculos e com más condições, a pedirem altos preços, 650 ou 700 euros”, refere Ana Rita Alves.
As jovens acabaram por encontrar exatamente o que procuravam, mesmo ao lado da universidade, por 600 euros mensais, a que acrescem despesas.
Também Lara Ribeiro, recém-colocada na licenciatura de Matemática, encontrou o quarto onde vai viver, a partir de setembro. Num apartamento com quatro quartos, sendo um deles uma antiga sala, cada jovem vai pagar 250 euros por mês (mais despesas).
“Tentei procurar em vários sites, mas foi difícil, por isso tentei através de outros contactos. Entretanto, a partir de um primo de uma rapariga que vai viver comigo, encontramos um apartamento em ótimas condições, a um preço acessível”, conta a jovem.
Do outro lado do campus de Gualtar, a rua de Barros é conhecida pelos inúmeros anúncios de aluguer de quartos. Foi aí que falamos com Sara Mesquita, que andava a ver as oportunidades ainda disponíveis. A jovem de Viana do Castelo vai, em princípio, dividir um apartamento na zona do Braga Parque com mais duas amigas.
Pais também fazem parte do processo
Tanto os alunos, como os pais que os acompanham, rápido se apercebem da dificuldade em encontrar casa a um preço acessível.
Carla Alves, mãe de Ana Rita Alves, conta que encontraram casas “sem condições, a preços muito elevados e senhorios a propor não passar recibo“.
A mãe de Sara Mesquita, Eugénia Carvalho, também destaca a fuga ao recibo. “Isso é outro negócio paralelo que é muito difícil de contornar. Se pedimos um recibo acrescem logo 70 ou 80 euros e nós não vamos ter esse reembolso”, diz.
Para Sara Mesquita aceitar estas condições é “compactuar” com o problema. “É o dinheiro debaixo da mesa, é o não passar recibo. Fica mais barato e não tem condições”, finaliza.
