“Sinto-me satisfeito por deixar a instituição na situação em que ela está”

A preparar a saída da presidência da delegação de Braga da Cruz Vermelha Portuguesa, instituição que abraçou em 2011 após a aposentação, Armando Osório afirma que está “satisfeito” com todas as conquistas alcançadas durante todos estes anos e com “confiança nas pessoas que ficam e nas pessoas que vêm”.

Nas vésperas da XI edição do Jantar Humanitário de Braga, onde provavelmente fará o seu último ato público enquanto dirigente da instituição, Armando Osório passou pelo programa de grande entrevista da RUM – Campus Verbal, – realçando a importância das pessoas que dão vida à Cruz Vermelha de Braga diariamente.

Começando esta entrevista por sublinhar que “quando o trabalho enche a alma, o tempo passa depressa”, Armando Osório confirma que sai por vontade própria ainda que reconheça que tinha toda a energia e capacidade para continuar. “Parece que foi ontem que subi as escadas, falei com o Dr. Alvim e perguntei se precisavam de mim. Ele convidou-me para a vice-presidência. Agora, saio, não porque esteja cansado, mas entendo que as instituições precisam de ser renovadas e três mandatos é suficiente, embora não haja limite”, confessa.

Admitindo que quando chegou “mal conhecia a Cruz Vermelha” e começou por integrar uma direção “com pouca intervenção e pouca atividade”, afirma que com o tempo foram sendo implementadas novas ideias e regras e formou-se uma equipa que se foi adaptando e se soube dar a conhecer à cidade.

Ainda a recordar os primeiros anos na direção da Delegação de Braga da Cruz Vermelha Portuguesa, Armando Osório explicou que não partilhava dos mesmos ideais de outras pessoas que tinham passado pela estrutura antes de chegar e que agregou uma equipa “capaz” para desenvolver uma “missão importante” que por vezes ainda não é do conhecimento da população. “Os primeiros cinco, seis anos, foram anos duros, depois foi um trabalho dedicado de pessoas especiais e o mérito é mais deles do que meu ou da direção. Acompanhávamos e procurávamos criar regras de funcionamento e olho para trás e sinto-me satisfeito por deixar a instituição na situação em que ela está”, afirma.

Em 2011 o orçamento não chegava aos 2Milhões de Euros e em 2024 “bate os 5ME” com o número de funcionários a sofrer um aumento de 30%. “Houve uma reorganização grande e procuramos que a cidade acreditasse do nosso trabalho e isso aconteceu”, acredita.

“São muitos os momentos marcantes”, mas realça sobretudo a “dedicação” das equipas da Cruz Vermelha que, por exemplo, mais recentemente, com a pandemia “estavam onde ninguém queria ir”. 

Dos serviços prestados, realça o apoio aos sem-abrigo, toxicodependentes e idosos, um trabalho inacabado que lhe causa muita preocupação. 

“Lutamos todos os dias para manter vivos os sem-abrigo. Uma guerra que não está vencida. Temos duas ou três dezenas em Braga e isso não me dá conforto [além dos 90 que residem em equipamentos dirigidos pela Cruz Vermelha]. Depois, a toxicodependência, que é também uma responsabilidade da sociedade e os idosos. Vêem-se nascer lares por todo o lado para ricos, e aqueles que têm reformas mínimas? Para onde vão? Isso preocupa-me e deve-nos preocupar a todos porque todos vamos para velhos”, avisa.

Em 2024 os principais serviços da Cruz Vermelha de Braga regressaram “a casa”. A sede da delegação foi requalificada e Armando Osório não esconde que é mais um motivo de orgulho, razão pela qual pretende “promover um dia aberto para que a população possa conhecer a casa” resultado de um projeto que “foi um fato feito à medida para as necessidades”. “É um projeto que me orgulha a mim e a toda a gente que está à minha volta”, refere.

A poucos dias do Jantar Humanitário, confessa que ainda não finalizou o discurso que vai percorrer não apenas a sua atividade na Cruz Vermelha, mas os diferentes desafios ao longo da sua vida profissional.

OUVIR ENTREVISTA COMPLETA DE ARMANDO OSÓRIO AO CAMPUS VERBAL

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Elsa Moura
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