‘Caminho Português Interior’ faz relato autobiográfico de peregrinações a Santiago de Compostela

O livro ‘Caminho Português Interior’, da autora e jornalista Ana Joāo, vai ser apresentado na Biblioteca Lúcio Craveiro da Silva, em Braga, esta quarta-feira, 4 de novembro, às 18h00. A obra entrelaça o relato autobiográfico de duas peregrinações a Santiago de Compostela, separadas por quase oito anos.

“É um livro de não-ficção inspirado no caminho com o mesmo nome que começa em Viseu, embora eu só tenha começado o percurso a partir de Chaves. Fiz esse caminho português interior em 2014 com três amigos, e comecei a fazer algumas anotações sobre peripécias que aconteciam, comentários e desabafos que fazíamos uns com os outros”, conta à RUM a autora.

“Foram cerca de 200 quilómetros, e, quando dei por mim, tinha escrito um rascunho, quase uma reportagem, sobre essa aventura”, acrescenta.

O rascunho ficou guardado na gaveta nos anos que se seguiram, mas, na altura da pandemia, Ana João voltou a olhar para ele. “Percebi que tinha algum potencial, quanto mais não fosse de imortalizar, de certa forma, essa aventura que tinha tido com os amigos”, diz.

No entanto, para publicar o trabalho, eram necessários acrescentar alguns detalhes e pormenores que “tinham escapado”. Desta forma, a escritora decidiu reepetir o caminho, desta vez sozinha, em 2022. “Percebi, quando comecei a conhecer outros peregrinos, que estava a ser uma experiência totalmente diferente da primeira e que talvez também merecesse ela própria ser contada”, refere.

“Uma história é mais jovem e descontraída, quase um género de reportagem. A segunda é um pouco mais madura, mais introspectiva, também de acordo com o clima que se vivia na altura. Um pouco mais melancólica, não só pela pandemia da Covid-19 na altura, como também pelo início da guerra da Ucrânia”, adiciona.

“Os caminhos de Santiago têm um pendor a religioso, mas creio que ultrapassa isso”

É a estreia de Ana João na literatura. Ainda que aborde os caminhos de Santiago, a autora acredita que as reflexões vão para além da religião. “Os caminhos de Santiago têm um pendor religioso, mas eu creio que ultrapassa isso hoje em dia”, diz.

Na quarta-feira, Ana João vai apresentar a obra ao público, esperando uma troca recíproca de histórias.

“No fundo, espero que seja uma conversa sobre o caminho de Santiago, que o público também traga as suas próprias experiências e as suas partilhas. Espero que seja uma conversa sobre o caminho de Santiago e outros assuntos que possam surgir”, conclui.

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Maria Carvalho
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