Liberdade e direitos femininos norteiam peça na Casa das Artes de Famalicão

Dadas como loucas por desafiarem as normas, eram presas, torturadas, esquecidas. Assim nasce a peça ’Anónimo Não é Nome de Mulher’, que parte de histórias reais de mulheres que foram internadas no manicómio na cidade de Barbacena, no estado de Minas Gerais, no Brasil para debater as liberdades, a democracia e os direitos conquistados e por conquistar pelas mulheres.
Após quase dois anos em digressão, a peça invade o grande auditório do espaço famalicense, este sábado, pelas 21h30, numa apresentação que marca o fim da circulação da peça pelo país. Em cena, duas atrizes interpretam sete personagens que representam as oprimidas e as opressoras.
Luíza Pinto leva, junto com Maria Quintelas, para o palco o texto Mariana Correia Pinto, sublinha aos microfones da RUM que a história se inspira no Brasil, onde mulheres foram internadas compulsivamente “apenas por lutar contra o regime ou porque não correspondiam às normas pré-estabelecidas da época”. “É uma peça que fala sobre o que é ser mulher, que fala sobre direitos conquistados e por conquistar, sobre liberdade, democracia e a luta que continua a ser urgente pelos direitos de igualdade”.
“A peça deixa questões e reflexões para o para o público sobre o que é ser mulher”. Este é um dos objetivos da peça, segundo Luíza Pinto, ressaltando que não pretendem dar respostas. A atriz considera que o papel do teatro, a partir de uma história ficcional, “apesar de se basear em pessoas reais”, é fazer com que cada um “leve o que convier e o que quiser pensar”.
Ainda na tarde deste sábado, pelas 17h30, será ainda apresentado o teaser do documentário ‘Eu queria ser tudo’, de Luísa Pinto. O momento irá decorrer durante uma conversa em torno do projeto, também na relação com a peca ‘Anónimo Não é Nome de Mulher’ e realizado com depoimentos de mulheres que viveram o que é representado em palco.
*Escrito por Marcelo Hermsdorf e editado por Elsa Moura
