“Salvem a nossa floresta”. Crianças de Nogueira lutam contra expansão de hospital privado

Com o cântico “Salvem a nossa floresta” como mote, cerca de 70 crianças, docentes e pais do ensino pré-Escolar do Centro Social da Paróquia de Nogueira, em Braga, manifestaram-se, esta quarta-feira, contra o plano de expansão do Hospital Privado de Braga do grupo Trofa Saúde, que prevê um novo parque de estacionamento em zona de Reserva Ecológica Natural (REN) de cerca de 12 mil metros quadrados.

Mariana Oliveira, educadora da sala três do Centro Social e responsável pela iniciativa desta quarta-feira, conta que o local para o qual está previsto o abate de árvores, é utilizado pelos alunos para momentos lúdicos e de passeio. “É um espaço que as crianças usam todos os dias. Depois da notícia, eles ficaram preocupados e muito inquietos com a possibilidade de ficarem sem um espaço que usam para brincar. A nossa prática é muito fora das quatro paredes”, refere.

A educadora acrescenta que foram realizadas várias iniciativas para a sensibilização da situação, uma vez que não receberam novas informações ou resposta das partes envolvidas (foram pedidos esclarecimentos tanto ao próprio Hospital Privado como ao gabinete do Urbanismo da Câmara Municipal, mas ambas sem resposta).

“Já fizemos a limpeza da floresta, em conjunto com os pais e temos distribuído folhetos. Acho que muita gente aqui de Nogueira não sabia desta situação”, admite Mariana Oliveira.

“Não vamos estar a dar o exemplo às nossas crianças de que vale tudo”

Vários pais acompanharam as crianças que marcharam pelas ruas de Nogueira esta manhã. André, pai de uma criança de seis anos, considera que “deitar abaixo as árvores para fazer um parque de estacionamento não faz qualquer sentido”. “As crianças exploram aqueles espaços verdes e não vamos estar a dar o exemplo às nossas crianças de que vale tudo”, atira.


Também presente esteve João, pai de uma outra criança de três anos, para sublinhar que na sua opinião a obra é “desnecessária”. “É preferível manter este espaço que permite às crianças vivenciarem um bocadinho o que é a natureza. É uma das coisas que gosto aqui na creche: eles pegam nas crianças e vão para o meio da natureza e, portanto, destruir um espaço destes é muito mau”, alerta.

Já aprovada, em reunião de Câmara, a ampliação do edificado e do estacionamento subterrâneo, fica em falta a aprovação do pedido de interesse público do parque exterior – que foi retirada da ordem de trabalhos depois de contestação dos vereadores da Oposição.

A RUM contactou a vereação do urbanismo na tentativa de obter novos esclarecimentos sobre o processo em curso, mas até ao lançamento desta notícia não obteve resposta.

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Maria Carvalho
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