CCDR-Norte destina 17ME de financiamento para património cultural e museológico

A Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-Norte) lançou cinco linhas de financiamento que, no valor de 17 milhões de euros, pretendem responder a “carências e oportunidades estruturais” do património cultural e museológico, foi hoje revelado.
No total, as cinco linhas de financiamento contemplam 17 milhões de euros, mas “deverão gerar um investimento global de 25 milhões de euros nas prioridades abrangidas”, destacou o vice-presidente para a Cultura e Património da CCDR-Norte, Jorge Sobrado, para quem o financiamento é “o reconhecimento da relevância e da diversidade patrimonial e cultural do Norte”.
“O Norte é a região portuguesa culturalmente mais diversa e densa, e o facto de ser a única que dispõe de um plano de ação regional específico para a cultura confirma a importância que a CCDR-Norte e a região atribuem à sua identidade e tecido culturais”, assinalou.
Entre as cinco linhas de financiamento, aquela que contempla maior dotação, de 10 milhões de euros, diz respeito à rede regional de museus de identidade territorial e pretende apoiar operações que promovam a capacitação de serviços dedicados à preservação e valorização de coleções, incentivar a organização e modernização de uma rede museológica e promover a integração de tecnologias digitais na divulgação e mediação de património.
“O Norte tem um tecido museológico extenso, diverso e de enorme capilaridade geográfica. Oficialmente, são 109 museus, mas sabemos que são mais e muitos deles assumem uma importante vocação territorial”, salientou Jorge Sobrado, acrescentando que a CCDR-Norte tenciona qualificar e dotar os museus do território, sobretudo os de menores dimensões, de “boas condições de visitação, mediação cultural e salvaguarda das suas coleções”.
Outra das linhas de financiamento contempla três milhões de euros e destina-se a apoiar operações de programação e promoção cultural das “Rotas do Norte”, e outra, dois milhões de euros para apoiar a digitalização do património cultural móvel incorporado em instituições museológicas e bibliotecas públicas municipais.
“Estão inventariados quase três milhões de bens patrimoniais em museus da região e a presença ‘online’ é muito modesta”, destacou.
Já quanto às rotas do Património Cultural do Norte, Jorge Sobrado afirmou que o financiamento permitirá ativar duas rotas, nomeadamente a rota Escritores a Norte e Órgãos a Norte.
“O Norte é uma grande região de literatura portuguesa e é, por outro lado, uma das grandes regiões europeias de órgãos históricos”, referiu, destacando a importância da iniciativa, sobretudo num ano em que se celebra o bicentenário de nascimento de Camilo Castelo Branco.
A CCDR-Norte lançou ainda um aviso, de um milhão de euros, para apoiar operações que salvaguardem e valorizem o património cultural imaterial da região Norte, e outro, também de um milhão de euros, para apoiar a certificação e valorização social e económica das produções artesanais tradicionais.
“Em Portugal, quase um terço dos artesãos vivem e trabalham no Norte, sendo também a região mais relevante do ponto de vista de produções certificadas”, assinalou, lembrando que o artesanato “não dispunha de um instrumento de apoio específico dos fundos regionais há cerca de 20 anos”.
Lusa
