Abriu-se oficialmente a porta. Começou a Braga Capital Portuguesa da Cultura

Agora sim, abriu-se oficialmente a porta da Braga Capital Portuguesa da Cultura 2025. A cerimónia decorreu na manhã deste sábado na principal sala de espetáculos da cidade e com lotação esgotada. O momento foi antecedido da apresentação da marca Braga e da nova imagem que a partir deste dia estará em todos os elementos identificativos associados ao município.

Sobre a marca “Braga soa a futuro”, o presidente da autarquia, Ricardo Rio, sustentou que está relacionado “com o território, com a cultura do povo”. Sobre a incorporação de elementos gráficos [nomeadamente sinos], detalhou que traduzem “aquilo que é o património, a nossa história, mas ao mesmo tempo o dinamismo, o arrojo e a capacidade de fazer sempre mais”.

Braga soa a cultura, soa a futuro

Ricardo Rio, que assumiu também a pasta da cultura, antecipou “um ano de afirmação daquilo que é a vitalidade cultural da cidade de Braga e a sua capacidade de abrir portas ao mundo naquilo que é a diversidade de manifestações que a cidade vai acolher”. 

“Braga quer ser uma capital de cultura todos os dias, todos os anos, independentemente dos títulos formais que ostente em cada momento”, realçou ainda.

Seguiu-se o espetáculo ‘Quimera’, que conjugou tradição e contemporaneidade com um grupo de rancho que subiu a palco trocando o calçado tradicional pela sapatilha, cruzando a sua presença com a dança urbana através de bailarinos em palco . O autarca considerou que esta encomenda “juntou todos os ingredientes que se espera que a capital da cultura tenha e que traduzem a dinâmica cultural da cidade”. 

“Um sentido poético e de pertença. A todos os títulos foi um excelente arranque e a abrir ótimas expetativas para aquilo que vai ser este ano de celebração de cultura na cidade de Braga”, resumiu.

A ministra da Cultura, Dalila Rodrigues, afirmou que as capitais portuguesas de cultura “são uma forma de agir em todo o país e reforçar a cultura enquanto área governativa”. 

Dirigiu vários elogios ao programa ‘Abre a tua porta’. “(…) Sendo intenso, ambicioso, convoca-nos, interpela-nos, tanto a nível pessoal como a nível coletivo. Como podemos abrir esta porta de forma a que nos deixe permanecer e não volte a fechar-se?”, questionou, considerando este “um dos desafios que se coloca às capitais da cultura, tanto portuguesa como europeia”.

Para a governante, “Braga tem sido, de facto, uma capital portuguesa de cultura sem o título oficial, pela pujança das suas dinâmicas culturais, pelo capital de inovação, conhecimento e criatividade que tem vindo a produzir e que soube legar e transmitir. É mais do que justo que exiba, a partir de hoje, o título e que o saiba perpetuar”, afirmou.

Ministra apela à valorização do património e da tradição

Ainda no seu discurso lançou um pedido alargado, apelando ao “reconhecimento e valorização”, nomeadamente de práticas rurais que considera “um legado precioso que urge conservar e apropriar pelos artistas contemporâneos”. “É fundamental que erradiquemos de uma vez por todas categorias que não fazem sentido de alta cultura e baixa cultura”, vincou, elogiando o “trabalho de preservação extraordinário dos municípios” e confidenciado que “caso contrário, as perdas seriam irremediáveis”.

Admitiu também que as capitais portuguesas de cultura “são momentos privilegiados para mapear, reconhecer, valorizar e divulgar as estruturas e os artistas, ignorados ou menorizados por ignorância ou arrogância”. 

“É fundamental dar oportunidades primeiras aos artistas, aos resignados emergentes. Não desvalorizemos com complexo de superioridade a excelência. Não deixemos perecer o património cultural e o edificado. Não deixemos destruir a paisagem, dos muros rurais aos monumentos património da humanidade. Valorizemos a diversidade da cultura, numa analogia sempre frutuosa com a natureza”, defendeu ainda.

Ao longo deste dia estão previstos vários momentos culturais. A RUM vai estar em direto a partir das 16h30, no Theatro Circo, com uma emissão que contará com vários convidados e em interação com o público e os artistas pela cidade de Braga.