Ricardo Rio admite demolição do Edifício do Pé Alado

O presidente do Município de Braga, Ricardo Rio, admitiu esta segunda-feira que o edifício do Pé Alado, contíguo ao antigo Cinema S. Geraldo, possa ser demolido, algo que, entretanto, será confirmado com o projeto integral, em fase final para lançamento de concurso público ainda neste primeiro trimestre de 2025.
O autarca falava no final da reunião camarária, após a aprovação da indemnização à Arquidiocese de mais 235 mil euros, valor legalmente previsto no contrato de arrendamento com opção de compra.
Questionado na conferência de imprensa após a reunião, Ricardo Rio afirmou que [a demolição] “é uma hipótese que está em aberto” dado que ambos os edifícios “têm patologias estruturais graves com zonas inibidas em termos de utilização”. Quanto ao projeto em desenvolvimento “é integral para os dois espaços” e “já prevê a demolição de uma parte substancial dos dois edifícios”, acrescentou.
Recorde-se que o antigo S. Geraldo será transformado do Media Arts Center e o Pé Alado permanecerá reservado para a União de Freguesias de S. José de S. Lázaro e São João do Souto.
PS avisa que Câmara pode afinal só ter comprado um terreno
Durante a sua intervenção no decorrer da reunião de executivo, o vereador do PS, Artur Feio, insistiu na ideia de demolição integral dos edifícios dado o avançado estado de degradação. Os socialistas abstiveram-se no ponto relacionado com a indemnização porque “não é uma indemnização, é uma compensação a título bastante gracioso sobre o pedido da Arquidiocese que entende ter direito pelos investimentos feitos”.
“A verdade é que o Pé Alado e o São Geraldo podem ser uma caixinha de surpresas no que diz respeito aos investimentos efetivos que o município possa ter que gastar no futuro. As patologias estruturais são de tal forma elevadas que podem até, no limite, colocar em causa a demolição integral dos edifícios, o que acaba no fundo por ser a aquisição do próprio terreno”, antecipou já em declarações aos jornalistas.
Ricardo Rio respondeu que o município “segue as regras legais nestas circunstâncias”, admitindo que se fosse uma negociação entre privados, “todas as dimensões relativas ao negócio seriam acertadas em conjunto, e o negócio seria fechado por esse mesmo valor”. No caso, assume que “é justo a compensação pela perda de rendimento pelo valor [de rendas] que não vão auferir”. Notando que a Arquidiocese “podia ter prescindido”, disse também que a reivindicação é “legítima”.
CDU considera que reavaliação provou que o contrato das rendas era elevado
O vereador da CDU votou contra a proposta submetida à reunião de executivo. Vítor Rodrigues alerta para a reavaliação em metade do valor, algo que devia estar refletido no processo final de aquisição. “Ficou claro que os valores que foram definidos inicialmente no contrato das rendas não estavam de acordo com o valor do edifício e foi por isso que votamos contra esta compensação, porque não é justa para o município tendo em conta a reavaliação do edifício que foi feita durante este processo”, esclareceu.
Ainda de acordo com o autarca social democrata, Ricardo Rio, a aprovação deste ponto significa que o processo de aquisição do S. Geraldo e do Pé Alado “fica em definitivo fechado” seguindo-se as escrituras dos dois imóveis.
Concurso público para a execução do projeto do antigo Cinema S. Geraldo e do Pé Alado lançado até março
Ainda em declarações à imprensa local, Ricardo Rio esclareceu que os serviços do município têm em mãos o projeto de requalificação integral, ainda que a parte do antigo S. Geraldo seja reservada para acolher o Media Arts Center e o Pé Alado, os serviços da união de freguesias cujo usufruto do equipamento está há vários meses limitado pelo risco que corre aquela infraestrutura.
