“Este sismo, do ponto de vista da capacidade de afetar as estruturas, foi de baixa magnitude”

O sismo de 4,7 na escala de Ritcher, que foi sentido na tarde desta segunda-feira, na região de Lisboa, “é de baixa magnitude”. Quem o diz é Daniel Oliveira, professor associado no Departamento de Engenharia Civil da Universidade do Minho. Para o docente, apesar de ser relativamente superficial, o abalo “não é capaz de causar danos nas estruturas”.

Aos microfones da RUM, Daniel Oliveira recorda que Portugal tem um histórico de sismos e encontra-se numa área de atividade sísmica, relacionada com a interação entre três placas tectónicas, as peças que compõem a superfície terrestre: a Placa Euro-Asiática, a Placa Norte-Americana e a Placa Africana. Daniel Oliveira recorda ainda que os mais intensos são, normalmente, espaçados entre si, o que no termo técnico é descrito como “períodos de retorno na casa dos 200 a 300 anos”. Por isso alerta que o país vai passar por uma grande movimentação de terra no futuro, só não se sabe quando. “Temos a certeza absoluta que isso vai acontecer”, aponta.

Há cerca de seis meses, decorreu um sismo de magnitude 5,3 na escala de Richter, que foi sentido em Portugal, Espanha, Gibraltar e Marrocos, sendo o epicentro do sismo identificado a 58km a Oeste de Sines e a 16 km de profundidade. Já o abalo registado esta tarde decorreu a 14km a Oeste-Sudoeste do Seixal e a 7 km de profundidade. Apesar de ser “superficial”, o que causa, segundo o docente, “menos energia a ser perdida pelo caminho, causando impacto potencial maior, do ponto de vista da capacidade de afetar as estruturas, foi de baixa magnitude”.

“As pessoas deveriam pressionar as autoridades para que as construções sejam mais seguras”

Daniel Oliveira sublinha que este acontecimento deveria servir para que a população pudesse “refletir um pouco” e procurar informação em fontes confiáveis, como a Proteção Civil, que deixa “muitas indicações” de como agir. Porém, o docente ressalta que deve também servir como alerta para que a população exija que os governos “garantam construções mais seguras”.

Para o professor associado no Departamento de Engenharia Civil da UMinho, Portugal não está, “como sociedade”, preparado para lidar com grandes terramotos, apesar de referir que “as construções modernas estão globalmente bem construídas e preparadas para resistir a um sismo” o que, suspeita, não seja a mesma realidade em construções antigas. Por isso, aponta que deveria haver uma “política nacional de mitigação do risco sísmico”.

Entre as orientações para agir durante um sismo, o professor de Engenharia Civil aconselha a “abrigar-se debaixo de mesas com alguma resistência” e, se estiver no exterior, “ir para o meio da rua, para fugir e não ser atingido por a queda de alguns objetos”. “Portanto, nós temos que ir para um local onde possamos ter a certeza que não há nada que nos vai cair em cima”, finaliza.

*Escrito por Marcelo Hermsdorf e editado por Liliana Oliveira 

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