Cruz Vermelha de Braga alerta para pessoas cada vez mais jovens em situação sem teto

Há cada vez mais jovens sem teto e a pedir ajuda a instituições como a delegação de Braga da Cruz Vermelha Portuguesa. O alerta é deixado pelo presidente, Júlio Faceira Guedes que assinala que a precariedade atinge faixas etárias mais novas e pessoas que têm emprego, mas que não conseguem fazer face a todas as despesas.

A mensagem foi reforçada esta quinta-feira a propósito do lançamento de uma nova campanha da Cruz Vermelha – Banco de Memórias, – um banco de jardim simbólico, localizado no Campo da Vinha, no centro histórico de Braga, a propósito do Dia Mundial da Justiça Social. O responsável esclarece que “hoje há pessoas com 20 a 40 anos, muitos deles que trabalham, e famílias completas, não em Braga, mas noutras regiões do país, em que ele e ela trabalha, mas consequência da dificuldade de assumirem os custos da habitação continuam a habitar na rua”. “Começamos a ter muitos jovens (…) é uma preocupação para nós, obviamente que não estamos a dizer que as pessoas com 70 anos também não são uma preocupação para nós”, esclareceu.

Imigrantes em situação de sem emprego são outro fator de preocupação com cerca de uma dezena de imigrantes no centro de emergência social da Cruz Vermelha. “(…)Em situação de sem emprego, alguns legalizados, outros não legalizados, mas os não legalizados infelizmente estão a cair gradualmente na rua e provêm do mercado de trabalho. Vivem numa situação de extrema dificuldade”, revelou também. 

De acordo com o presidente da Delegação de Braga da Cruz Vermelha Portuguesa, a resposta articulada com a Bragahabit tem sido “crucial” para impedir que mais cidadãos pernoitem nas ruas da cidade. No total, no centro de acolhimento temporário, no centro de acolhimento de emergência social e em residências partilhadas estão “duzentas pessoas, que noutras circunstâncias estariam na rua”. Aqui é garantido teto, comida quente e outro tipo de apoios, nomeadamente psicossocial. Nestes casos a insituição procura também garantir a integração no mercado de trabalho.

Das 50 pessoas que passaram pelo centro de acolhimento temporário em 2024, a delegação de Braga da Cruz Vermelha Portuguesa assegurou a reintegração de cinco. Um número que “é significativo” para a instituição, disse também o presidente.

A vereadora com o pelouro da ação social, Carla Sepúlveda, admite que a falta de habitação e os preços praticados não ajudam a resolver o problema de pessoas que depois de processos mais difíceis conseguem regressar à vida profissional. “O nosso principal problema são os números que se continuam a manter nos centros de apoio por falta de habitação, de respostas para serem integrados, embora tenhamos aumentado com a Bragahabit as camas e as residências partilhadas, e que são uma forma de conseguirmos dar resposta àquelas pessoas que conseguem a integração profissional”, detalhou.

O Banco de Memórias que quer ajudar pessoas em situação de sem-abrigo

No âmbito do Dia Mundial da Justiça Social, a Cruz Vermelha Portuguesa (CVP) inaugurou esta quinta-feira, no Campo da Vinha, o Banco de Memórias, um banco de jardim simbólico.

“Estamos a fazer um esforço muito grande de evoluir de uma atitude de dar, de partilhar com a pessoa em situação de sem-abrigo, com teto ou sem teto, uma refeição, uma roupa lavada, um apoio psicossocial para um compromisso de reintegração na sociedade e queremos que este banco, simbolicamente, também motive as pessoas em situação de sem-abrigo e sem teto a repensarem o momento que vivem e o seu passado no sentido de podermos efetivamente reintegrar. É o nosso grande propósito”, sustentou o sucessor de Armando Osório na direção da Delegação de Braga da Cruz Vermelha Portuguesa.

c/Ariana Azevedo

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Elsa Moura
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