STEAMigPOWER. O projeto que quer construir “pontes em vez de muros”

Chama-se STEAMigPOWER e promove o ensino de engenharia junto de migrantes, refugiados e requerentes de asilo. 

Esta semana, o UMinho I&D foi à procura da história do projeto, que nasceu para aliar educação e inclusão social.

Sofia Barbosa Pereira, colaboradora de investigação do Centro Algoritmi, da Escola de Engenharia da UMinho, 

explica que o STEAMigPOWER “nasce da necessidade de envolver e colocar as universidades num papel central do processo de integração de refugiados, refugiantes de asilo e imigrantes” e acrescenta o “papel fundamental” da educação, já que fornece “competências linguísticas, conhecimento sobre a sociedade de acolhimento, ferramentas para a participação cívica e qualificação profissional, que pretende facilitar o acesso ao mercado de trabalho.” 

De acordo com a publicação do Alto Comissariado das Nações Unidas para os refugiados “Education 2030: A Strategy for Refugee Education“, apenas 3% dos refugiados têm acesso ao Ensino Superior, em comparação com uma taxa de acesso global de 37%, um dado preponderante para a criação do projeto, que pretende “construir pontes em vez de muros”, aponta a investigadora à RUM. 

O programa em formato presencial decorreu entre 12 e 19 de julho de 2024, contou com 35 pessoas, de várias nacionalidades, com idades compreendidas entre os 11 e os 70 anos e teve um feedback “muito positivo”. “Os cursos foram muito práticos e tivemos participantes com backgrounds muito diversos”, relembra Sofia Barbosa Pereira.

Do presencial para o online 


O projeto arrancou em dezembro de 2022 e está a entrar na reta final. O próximo passo é disponibilizar os cursos presenciais em formato online. 

Os dois cursos introdutórios do STEAMigPOWER, um na área de inclusão e outro na área de narrativas digitais, já estão disponíveis online, algo que foi implementado mais tarde, uma vez que “não estava previsto na fase de candidatura do projeto”, afirma a colaboradora de investigação do Centro Algoritmi, lembrando que a equipa do consórcio é “muito experiente, com competências muito complementares”. “Estou confiante de que a transição para este formato online seja feita de forma fluida e sem grandes obstáculos.”


O consórcio que desenvolve o programa conta com seis parceiros: UMinho, Università degli Studi di Perugia (Itália), Fundació Solidaritat – Università de Barcelona (Spain), SEAL Cyprus (Chipre), Middle East Technical University (Turquia) e Aristotle University of Thessaloniki (Grécia) – com o apoio de financiamento da União Europeia, através do programa ERASMUS+.


Um dos objetivos para o futuro passa por considerar o envolvimento de outras instituições. “Já começamos a pensar numa nova candidatura e estamos a considerar, para esta nova fase, o envolvimento de outras instituições, portanto, de países terceiros, provavelmente da zona da Norte África e Médio Oriente, tal como Jordânia, Palestina, Síria e Líbano”, acrescenta. 

A investigadora recorda que a UMinho já tem colaborado com estes países nos últimos anos e que o objetivo é “criar uma rede internacional, composta não só pelos parceiros deste projeto, mas também aberta à participação de outras instituições de ensino a nível mundial, com o grande objetivo de alimentar a plataforma online que foi criada e que nos permite oferecer mais cursos, neste caso, não só nas áreas de sustentabilidade e do ambiente, mas também alargar outras áreas de estudo e oferecer cursos a refugiados e a migrantes de qualquer parte do mundo que podem aceder à plataforma online”. 


A conversa com Sofia Barbosa Pereira, colaboradora de investigação do Centro Algoritmi, da Escola de Engenharia da UMinho está disponível em podcast

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Ariana Azevedo
Ariana Azevedo

Jornalista na RUM

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Abel Duarte
NO AR Abel Duarte A seguir: Elisabete Apresentação às 11:00
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