“Tenho de me sentar na cadeira do presidente para perceber a realidade”

O candidato independente à Câmara Municipal de Braga, Ricardo Silva, classifica como “irresponsáveis” candidatos que fazem promessas de equipamentos que exigirão investimentos avultados, considerando que apresentar cenários dessa natureza “sem saber exatamente a saúde financeira” do Município de Braga poderá ser um procedimento que engana o eleitorado. Ricardo Silva explica que as pessoas “querem que lhes fale verdade” e não que sejam confrontadas com promessas que depois não passam de mais um tópico do programa eleitoral por falta de verbas para concretizar. Aliás, nesta entrevista à RUM, o candidato do movimento Amar e Servir Braga afirma mesmo que é necessário sentar-se na cadeira de presidente para conhecer a realidade.

Na grande entrevista à RUM, Ricardo Silva recusou fazer promessas iniciais que vão além do compromisso de “trabalho para a cidade e para o concelho” apostado em “justificar cada voto que caiu no movimento” após 12 de outubro.

Apesar de confidenciar que gostaria de ver o Estádio 1º de Maio requalificado e transformado num centro de alto rendimento, o candidato independente não apresentou qualquer promessa infraestrutural e admite que não o deverá fazer no programa eleitoral que está em fase de elaboração.

“O candidato que chegar aos microfones da RUM e vier prometer piscinas ou outro tipo de equipamentos é de uma irresponsabilidade atroz. Porque os candidatos, sem saber exatamente a saúde financeira do município, prometer ou avançar cenários de qualquer índole que tenham a ver com investimentos em equipamentos, só porque fica bonito em época de eleições, é irresponsável e é não falar a verdade às pessoas. É exatamente isto que nós queremos combater”, sublinha.


Sustentando que “as pessoas hoje não querem ser enganadas e querem que lhes fale a verdade”, Ricardo Silva considera “coerente” não fazer promessas tirando a promessa de “trabalhar”. Defende um projeto político a doze anos para implementar a visão estratégica do movimento independente para o concelho de Braga e uma verificação real das contas do município, notando também que o orçamento com que o novo executivo vai trabalhar em 2026 terá sido definido e aprovado pela maioria ainda em funções, liderada por Ricardo Rio.


“Situação do BRT revela que nunca houve estratégia da maioria da coligação Juntos por Braga”


O candidato que pretende reformular as empresas municipais de Braga escusou-se a revelar o que fará com o Estádio Municipal de Braga caso vença as eleições autárquicas. Já sobre o BRT afirma que é mais um exemplo de uma maioria que governa a câmara sem estratégia.

“Tenho de me sentar na cadeira do presidente para perceber exatamente a realidade”

Refere que o movimento independente “é favorável a um BRT que seja lógico e funcional” e que o facto de se ter começado por idealizar quatro linhas e neste momento só se falar de uma, que nem está ainda em execução a dez meses de ter de entrar em funcionamento, “prova que não há estratégia”.

E sobre a linha vermelha – Estação – Universidade do Minho – Hospital alerta: “não sabemos de que forma pode passar dentro da universidade ou não sabemos exatamente se passa por cima do túnel ou por baixo do túnel, se as aberturas de porta vão ser à direita ou vão ser à esquerda. A dez meses de ter que estar implementado, isto prova que nunca houve estratégia para o BRT”, insiste.

Além disso, afirma que “o BRT não é a solução de todos os maus na mobilidade, nem de perto nem de longe”, esperando até “que não seja mais um mal acrescido ao trânsito de Braga”.

Na ótica do também presidente da junta de freguesia de S. Victor, “o BRT tinha que começar muito mais a montante e tinha que terminar muito mais a jusante do que este núcleo urbano”, dado que “quem vem de fora para Braga terá sempre que trazer o seu automóvel até chegar a um dos ‘park & ride’ para depois apanhar o BRT para fazer uma distância de entre 4 a 6 quilómetros”.  “Vai resolver alguma coisa? Não vai resolver nada!”, argumenta.

Questionado sobre se defende ou não a venda do estádio municipal de Braga ao SC de Braga como defende o atual presidente e o candidato da coligação, Ricardo Silva não apresenta uma resposta direta. Aliás, considera “irresponsável” falar sobre a eventual venda do estádio “de uma forma tão ligeira”. “Mais do que palavras que sejam ditas assim à solta, é preciso mais uma vez implementar a estratégia. Aquilo que eu acho que nós teremos forçosamente que fazer é sentarmos à mesa com várias entidades, tutelas governamentais, IPDJ, e numa fase posterior com o Sporting de Braga. Devemos perceber em que é que importou e quanto importou os custos totais do estádio, em quanto é que fica a sua manutenção e temos que chegar a um valor. A seguir, e não tem que ser aqui uma espécie de toma lá dá cá, mas obviamente também temos que olhar para o 1º de Maio e perceber quanto é que custa fazer a sua recuperação”, responde, mas sem nunca apresentar como única hipótese a venda.

“Se nós chegarmos a uma conclusão que o Estádio Municipal tem um custo muito superior àquilo que é o seu usufruto e o investimento que o município faz, efetivamente o município não pode estar a alimentar um barco que está a ir ao fundo. Mas por outro lado, se for um barco rentável, temos que perceber exatamente como é que ainda o podemos potenciar mais. Eu tenho que me sentar na cadeira do Presidente e tenho que perceber exatamente a realidade, fazer cenários de projeção para o futuro e dentro de um quadro de balanços tomar a decisão”, conclui.


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Nesta mesma entrevista, o candidato independente apresentou as motivações para ser candidato à Câmara Municipal de Braga e explicou algumas das visões que o movimento tem para a cidade, nomeadamente em matéria de crescimento urbanístico, ele que pretende também uma reformulação das empresas municipais.



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Elsa Moura
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Carolina Damas
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