AEB propõe criação de novo parque industrial perto da estação de alta velocidade

A Associação Empresarial de Braga (AEB) propôs aos candidatos à Câmara Municipal de Braga, nas autárquicas de 12 de outubro, a criação de um novo parque industrial na proximidade da já planeada estação de linha de alta velocidade. No documento enviado a todas as forças políticas do concelho, a associação incluiu também o desenvolvimento de um projeto-piloto centrado na “gestão integrada dos parques indústrias” já existentes, onde a administração fosse compartilhada entre a AEB e o município.

Sinalizando desta forma “o problema e uma oportunidade”, Daniel Vilaça acredita que estas propostas são a melhor opção para “puxar a indústria para cima, ajudar as empresas e alterar a forma como o município olha para a indústria”. No caso do novo parque industrial, a opinião da AEB é de que “não chega só mudar o PDM (Plano Diretor Municipal) e dizer que vai haver terrenos”, uma vez que esta situação só servirá para “empolar os preços e dificultar as empresas bracarenses a crescerem e a atrairem novos negócios”. A solução que a associação apresenta é a criação de um novo parque “bem pensado, criado de raiz, com boas acessibilidades e que faça com que se olhe para a indústria de outra forma”.

A localização, marcada para os terrenos próximos à planeada linha de alta velocidade, que vai ter uma estação em Braga, “está sinalizada com a Câmara”, revelou ainda o dirigente e empresário. Na opinião de Daniel Vilaça, esta solução poderá colmatar a falta de oferta de terrenos adaptados à indústria que os empresários bracarenses já sentem. “Empresas que queiram um terreno acima dos cinco mil metros quadrados já quase não se arranjam em Braga”, alerta.

Já para a recuperação dos parques industriais existentes, a solução, revelou à RUM, é a criação de um “projeto-piloto, a desenvolver em parceria com a autarquia, que envolva a manutenção, segurança, serviços coletivos e planeamento estratégico” destes. Nestes casos, a associação considera também a concretização de um programa de qualificação dos espaços industriais, “com foco na repavimentação de arruamentos, reabilitação de passeios e valorização de zonas verdes, criando melhores condições de trabalho, mobilidade e segurança para trabalhadores e empresas”.

A par destas propostas, a Associação Empresarial de Braga defende a implementação de programas de incentivo à digitalização e à eficiência energética nas empresas, o reforço da ligação entre indústria e conhecimento, com projetos de inovação aberta e transferência de tecnologia e a criação de espaços de incubação e testes de soluções industriais, posicionando Braga como “território-piloto para a Indústria 5.0”, refere.

“Os parques estão completamente degradados”

De acordo com Daniel Vilaça, a decisão de entregar estas propostas deveu-se, num primeiro ponto, à má manutenção dos parques industriais. “Os parques estão completamente degradados, cheios de buracos, com fracas acessibilidades, com transporte público, por vezes, não compatíveis com os horários das empresas, carros mal estacionados, árvores por podar e recolha de lixo que não é feita”, denuncia.

À especulação que, no caso específico do Parque Industrial de Adaúfe, deixa as “empresas que querem crescer” à mercê do vizinho do lado que “não vende o terreno, deixando-o entregue à especulação há 20, 30 anos”, e ao fraco planeamento urbano. “Não temos que continuar a fazer parques industriais no centro da cidade, não temos muitos, tudo espalhado, em zonas que poderiam muito bem estar com habitação.

De acordo com o dirigente, todos os candidatos “receberam bem” as propostas da associação, até porque na economia da região, “o peso da indústria só perde para o peso do comércio”. “Nós temos quase um plano eleitoral com as medidas todas que colocámos para a cidade. Também mostramos a nossa preocupação e o nosso conhecimento de estarmos no terreno”, remata.