Unidade de Arqueologia muda-se em setembro para Convento de São Francisco de Real

A Unidade de Arqueologia da Universidade do Minho (UMinho= vai finalmente mudar-se para o Convento de São Francisco de Real. A novidade foi adiantada esta quinta-feira pelo reitor, Rui Vieira de Castro, na sessão de abertura do congresso internacional de Arqueologia Urbana, no Museu D. Diogo de Sousa, em Braga.

Segundo aquele responsável, “estão criadas as condições” e espera que “ainda durante o mês de setembro a unidade passe a estar localizada no Convento de S. Francisco, num contexto de grande qualidade”.

A parceria entre a Universidade do Minho e o Município de Braga conta cinquenta anos, sendo considerada por aquele responsável como “fundamental” para tudo o que foi possível fazer numa cidade particular no que respeita ao seu espólio arqueológico fruto de muito trabalho no terreno por parte da Unidade de Arqueologia.

Novo polo de arqueologia vai ser gerido pela UMinho


Agora, em articulação com a CIM Cávado e a CCDR-Norte vai ser instalado um novo polo arqueológico. Assim, “mateariliza-se o que era o projeto inicial de recuperação do convento que na altura, por questões de ordem financeira, não foi possível concluir na sua integralidade”. “A unidade passa a estar num espaço muito qualificado, num edifício que sofreu uma recuperação absolutamente exemplar, e ainda com este futuro próximo de poder partilhar esse mesmo espaço com um polo de arqueologia cuja responsabilidade de gestão vai caber também à própria Universidade do Minho”, enfatiza Rui Vieira de Castro.

É unânime a ideia de que a parceria entre a UMinho e o Município de Braga foi essencial para o estudo e preservação dos vestígios arqueológicos da cidade. “O salvamento da Bracara Augusta e depois desse entusiasmo em torno desse projeto foi possível construir ao longo destas décadas uma relação muito estreita entre a universidade e o município de Braga que deu resultados que todos conhecemos, de valorização de um património riquíssimo de que a cidade dispõe e da construção de conhecimento de grande qualidade também em torno de Braga”, completa.

Braga acolhe até sábado congresso de arqueologia urbana com especialistas nacionais e internacionais


Na sessão desta quinta-feira, que marcou a abertura do congresso internacional dedicado ao futuro da arqueologia urbana, o presidente da CCDR-Norte, António Cunha, sustentou que “há uma consciência pública absolutamente incontornável da importância em valorizar, preservar e divulgar este espólio”, assim como “tirar valor de uma oferta turística que tem que ser enriquecida”, referindo-se ao património arqueológico de Braga, mas também de toda a região norte. Para aquele responsável, a valorização de espaços como os que Braga apresenta significa também “um desenvolvimento pessoal mais rico” dos habitantes da região.

Na ótica de Ricardo Rio, presidente do Município de Braga, a colaboração entre entidades e instituições, além de uma estratégia de investimento financeiro, tem contribuído para a salvaguarda do património, referindo-se não só ao Convento de São Francisco como a outros espaços, nomeadamente a Insula das Carvalheiras. “Acima de tudo o que releva é de que esta tem que ser uma dimensão acautelada e que tem que ser usada como um vetor estratégico de desenvolvimento do território”, especifica.

Confrontado com o facto de grande parte do investimento neste tipo de projetos se concretizar através de fundos comunitários, Ricardo Rio ressalva a dimensão do compromisso político, dando como exemplo o que aconteceu na Ínsula das Carvalheiras, em que o município avançou com o projeto sem financiamento, ainda que posteriormente tenha submetido uma parte a apoios que entretanto surgiram.”Acabamos por conseguir enquadrar uma parte do projeto num financiamento comunitário, mas houve opção do município de avançar sem financiamento. Há sempre uma componente de esforço municipal muito relevante. É importante que a nível central exista esta partilha de responsabilidades, mas depois também tem que existir a dimensão de compromisso das próprias autoridades locais com esses mesmos projetos”, defende.

O Congresso de Arqueologia Urbana reúne até sábado, 20 de setembro, especialistas nacionais e internacionais e pretende refletir sobre os desafios e oportunidades da arqueologia urbana no contexto europeu.

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Elsa Moura
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