Luckystar apresenta quatro obras consideradas fundamentais do cinema palestiniano em novembro

Durante o mês de novembro, o Lucky Star apresenta o ciclo ‘Palestina Livre: O Cinema como Resistência’, dedicado a quatro obras consideradas fundamentais do cinema palestiniano contemporâneo.
De diferentes épocas e gerações, estes filmes pretendem partilhar o território, a memória e a sobrevivência cultural de um povo que resiste através da imagem. As longas estão em cartaz toda terça-feira do mês pelas 21h30, na Biblioteca Lúcio Craveiro da Silva.
Aos microfones da RUM, a programadora do Cineclube de Braga, Jéssica Ferreira, refere que o ciclo estava inicialmente programado para o mês de maio, “parece até foi escolhido de propósito, por causa da situação que se está a agravar por lá”. Os filmes, aponta, pretendem “mostrar a cultura, a história da Palestina e também a luta ao longo das décadas”. “O cinema tem este poder da memória, de mostrar uma cultura, sejam as suas práticas tradicionais e as suas práticas mais banais”.
Ao longo das sessões conversas vão ser realizadas por entidades que têm envolvimento com a comunidade palestiniana, como a CIVITAS Braga e o coletivo Braga Fora do Armário, bem como Sindicato dos Professores do Norte, que vão mediar as conversas. Esta terça-feira, esteve em cartaz a longa-metragem ‘Memória Fértil’, de 1981, de Michel Khleifi, considerado o primeiro filme inteiramente rodado na Palestina, “que acompanha duas mulheres de gerações diferentes, que vivem sob a ocupação israelita”.
No dia 11, é a vez de ‘Intervenção Divina”, realizado pelo cineasta palestiniano Elia Suleiman, que apresenta um olhar cáustico, irónico e melancólico sobre a situação atual do povo e expõe “o absurdo do cotidiano e as tensões políticas diárias na Palestina”. Na terça-feira, dia 18, combinando imagens de arquivo com cenas ficcionais, Foragers, de Jumana Manna, revela o drama em torno da recolha de plantas selvagens nas Colinas de Golã, com o objetivo de “expor o confronto entre cultura e autoridade”.
A última sessão fica marcada pela exibição de ‘No Other Land’, vencedor do Melhor Documentário nos prémios Óscares 2025, que “documenta a resistência de uma comunidade palestina na Cisjordânia, ocupado contra o deslocamento forçado imposto pelas autoridades israelitas”. “Um filme mais violento e mais recente”, de 2024.
