Comentadores do Praça do Município analisam estratégia negocial de João Rodrigues

Ainda sem negociações fechadas com os principais eleitos da oposição, mantém-se a expectativa quanto ao modelo de governação de João Rodrigues para os próximos quatro anos. Esta segunda-feira, pelas 17h00, decorre a primeira reunião de executivo municipal, e além das dezenas de pontos na ordem de trabalhos, muitos relacionamos com licenças, surge a indicação de Altino Bessa para vice-presidente da Câmara Municipal de Braga nos próximos quatro anos. Sabe-se desde logo que esta não será, portanto, a reunião em que serão distribuídos os pelouros pela vereação, o que significa que não estão fechadas as negociações com os principais intervenientes: PS/PAN e o movimento Amar e Servir Braga.

A metodologia inicialmente proposta pelo novo presidente de câmara, João Rodrigues que passava, nomeadamente, por reunir com o primeiro eleito do PS/PAN e o primeiro eleito do movimento Amar e Servir Braga, não caiu bem na oposição que anunciou como determinante apresentar-se com mais que um membro. O tema esteve em discussão no programa de debate político da RUM Praça do Município, este fim-de-semana. João Granja procurou transmitir uma ideia de maior flexibilidade por parte do presidente e disse mesmo que não é um elemento “determinante” o modelo, notando que são “questões flexíveis e facilmente ultrapassáveis”. 

“O importante é dialogar com as pessoas. “Para quem está na situação em que ele está, é o caminho mais razoável, falar, dialogar e em função desse diálogo tomará as suas opções”, explicou. Apesar disso, João Granja saiu em defesa de João Rodrigues, vincando que é “normal chamar o primeiro eleito” e não fazer destas reuniões “assembleias”. “A questão substancial é o diálogo. O bom senso recomenda que não se falem em grupos e é suposto que os grupos se organizem”, acrescentou.

António Lima discorda de João Granja. O comentador do Praça do Município, que foi candidato pelo BE à Câmara Municipal de Braga, acusou João Rodrigues de “incendiário”, seja na estratégia adoptada para propor a atribuição da chave de honra, seja na estratégia para negociar com os mais votados. No caso do PS/PAN, com a renúncia ao mandato por parte de António Braga, a primeira eleita é Catarina Basso Marques, independente, o que na opinião de António Lima já desvenda algo mais da estratégia de João Rodrigues, um “método incendiário, desde logo no PS”. “A prática política é que como as listas são apresentadas pelos partidos, os partidos devem influenciar as decisões. O Pedro Sousa já reagiu mal, é mesmo para partir logo a união”, lembrou António Lima, uma vez que o socialista já avisou que discorda de uma reunião isolada entre a primeira eleita e João Rodrigues. Já sobre o movimento Amar e Servir Braga, admite que não sabe se o risco é o mesmo, considerando que o mais natural seria discutirem em conjunto e o representante levar a estratégia a João Rodrigues.

Recorde-se que a coligação PSD/CDS reuniu mais votos e elegeu o presidente, mas conseguiu três mandatos, o mesmo número que registaram PS/PAN e Amar e Servir Braga. A Iniciativa Liberal elegeu Rui Rocha que já disse que só fica como vereador da oposição e o Chega elegeu Filipe Aguiar, que não se pronunciou sobre qualquer possibilidade, mas que também não importaria para as contas que João Rodrigues terá que fazer neste contexto de negociação com a oposição.

O programa Praça do Município tem reposição às 20h00 desta segunda-feira na antena da Rádio Universitária do Minho.

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Elsa Moura
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Sara Pereira
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