Administrador dos TUB afasta cenários de falha de cibersegurança na frota

O administrador dos Transportes Urbanos de Braga (TUB), Teotónio Santos, afirmou esta terça-feira, em declarações à RUM, que as viaturas elétricas que circulam na cidade não correm qualquer risco de cibersegurança nem antecipa que isso possa acontecer com as novas aquisições já a caminho.
A polémica estalou na Noruega há poucos dias, quando um dos principais operadores de transportes públicos daquele país, a Ruter, anunciou que pretende impor requisitos de segurança mais rigorosos e reforçar medidas contra pirataria informática, depois de um teste a novos autocarros elétricos de fabrico chinês (Yutong) ter mostrado que o fabricante podia desligá-los à distância.
Em Braga, Teotónio dos Santos garante que a empresa Transportes Urbanos de Braga tem salvaguardado questões deste tipo através dos cadernos de encargo para aquisição de frota e que, além disso, a empresa municipal não tem em circulação autocarros da fabricante mencionada. O tema foi levantado por Rui Rocha, da IL, na reunião camarária desta segunda-feira e já esta manhã o município lançou um comunicado a clarificar e tranquilizar os utentes.
Aos microfones da RUM, o administrador especificou que todas essas questões ficam sempre salvaguardadas quer no caderno de encargos, quer nas auditorias aquando a entrega de veículos.
“Os TUB dispõe de sistemas tecnológicos de monitorização e auditoria digital, incluindo sistemas de apoio à exploração que permitem acompanhar permanentemente o comportamento e a comunicação das viaturas, estejam ou não em serviço. Estes sistemas asseguram o confronto de dados entre as plataformas dos TUB e os sistemas proprietários embarcados garantindo a integridade tecnológica das viaturas e o controlo efetivo sobre toda a informação gerada pela frota”, especificou.
Como exemplo, Teotónio Santos explicou que na elaboração do caderno de encargos recentes para a aquisição de mais cinquenta autocarros, um dos artigos representa precisamente “um mecanismo rigoroso de controlo” já que “toda a informação extraída da viatura, incluindo a sua caixa negra será propriedade da entidade adjudica-te não podendo o adjudicatário ter qualquer tipo de acesso remoto à mesma”.
Entre outros, o contrato reserva o direito de acompanhar e fiscalizar todas as fases de fabrico e construção das viaturas, com possibilidade de recurso a auditorias externas. Caso seja identificada a existência de qualquer sistema de controlo remoto não autorizado ou incumprimento das especificações técnicas contratualizadas, estão previstas medidas que podem incluir a não recepção das viaturas, a execução da caução ou mesmo a resolução do contrato.
