“A desmobilização de militares russos é um sinal positivo para que a diplomacia possa funcionar”

Sandra Dias Fernandes, professora de Relações Internacionais da Universidade do Minho, afasta a possibilidade do eclodir de uma guerra mundial, perante a ameaça russa de invasão à Ucrânia.

Recorde-se que o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, pediu, hoje, à população que  esta quarta-feira seja um “dia de união” no país, depois de os Estados Unidos terem avançado que esse poderá ser o dia da invasão das tropas russas. Entretanto, a Rússia retirou alguns dos seus militares de perto das fronteiras da Ucrânia.


Em entrevista à RUM, a investigadora da Escola de Economia e Gestão lembra que “os canais diplomáticos continuam abertos e este apontar de uma data concreta prende-se com a gestão política das tensões”. 

Sandra Fernandes admite que “as pessoas que estão muito perto das fronteiras possam sentir de forma mais premente uma ameça à sua segurança”, mas, “de um ponto de vista geopolítico mais amplo,” a possibilidade de estarmos no eclodir de uma guerra mundial “é remota”. 

Sandra Fernandes recorda que “a posição oficial da Rússia é dizer que não tem qualquer intenção de invadir e que está a posicionar as suas forças perante o que considera ser o posicionamento do outro lado, nomeadamente da NATO”. “A desmobilização de militares russos é um sinal positivo para que a diplomacia possa funcionar”, acrescentou.

Sandra Fernandes defende que este conflito entre a Rússia e a Ucrânia representa, primeiro, algo para a Europa e só depois para o mundo. “Numa escala mais global, tem que ver com o reposicionamento da Rússia face à transição do poder dos Estados Unidos mais para Ásia. A nível europeu, o significado é mais grave e imediato, uma vez que se prende com o desenhar do mapa geopolítico do continente”, explicou. 

Os líderes europeus “foram pouco visíveis até à entrada em cena, recente, do presidente francês, Emmanuel Macron, e do chanceler alemão, Olaf Scholz”. “Os europeus são uma parte essencial para que o diálogo entre entre americanos e russos não seja bilateral”, finalizou.

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Liliana Oliveira
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