Escola de Ciências da Universidade do Minho e alunos do 12º ano lançam balão estratosférico

De forma a assinalar o Dia da Criança, a Escola de Ciências da Universidade do Minho, através do polo do Laboratório de Instrumentação e Física Experimental de Partículas (LIP-Minho), lançou um balão estratosférico. A iniciativa realizou-se em conjunto com os alunos do 12º ano de Física da Escola Secundária Padre Benjamim Salgado, na vila famalicense de Joane.
Em declarações à RUM, o professor de Física, Nuno Castro, diz que um dos principais objetivos da experiência é “saber a medição da radioatividade em função da altitude”. Além do mais, a ambição passa também
por colocar os alunos “com a mão na massa, a desenvolver instrumentação, a fazer análise de dados, reproduzindo todos os passos do processo científico.”
“Para além do balão que vai chegar às camadas superiores da atmosfera”, a novidade do lançamento é que “esse balão vai ser instrumentado”. O dispositivo possui sensores que medem a temperatura, a pressão atmosférica e um módulo que recebe sinal de satélites de GPS, entre outros aspetos. O projeto começou a ser desenvolvido em 2019, em colaboração com a ESPBS, parou devido à pandemia de Covid-19, mas foi agora concretizado, pela mão de 29 alunos.
A iniciativa teve duas etapas: a primeira, da responsabilidade da escola e do Instituto Superior Técnico, consistiu na aquisição do balão e no planeamento da rota; a segunda coube ao LIP-Minho e abrangeu a criação do aparato experimental, com um sistema de GPS, que foi colocado dentro de uma caixa e içado pelo balão. O material é composto por um tubo de Geiger e por placas eletrónicas de arduinos para detetar partículas e fazer contagens da radiação em altitude.
Trata-se da recriação de uma experiência histórica de 1911, de Victor Hess, que demonstrou que uma parte da radiação natural ambiente provém do espaço. O lançamento depende sobretudo das condições atmosféricas.
“A ideia é os alunos fazerem a recriação da experiência com 100 anos, que foi uma experiência em física de partículas e na descoberta de raios cósmicos e da radioatividade natural”, esclarece Nuno Castro.
*Por Beatriz Duarte
