“A sociedade ainda não está preparada para um referendo à regionalização”

Em entrevista conjunta ao JN e TSF, António Cunha, presidente da CCDR-Norte, defensor da regionalização, admite que só numa nova legislatura a possibilidade de referendo sobre este tema poderá estar em cima da mesa, e considera que “há muito caminho a fazer”. Na sua opinião, a realização de um referendo dentro de um ano ou pouci mais “provavelmente não faria sentido”, porque “a sociedade não está preparada para isso”.
O bracarense, regionalista convicto, assume também que “neste momento a Regionalização é uma palavra que tem muitos anticorpos, mesmo na sociedade portuguesa”, mas sugere a necessidade de “reforçar as competências dos níveis regionais”. “O desafio é demonstrar que essa é uma aposta vencedora, que as populações vão sentir uma diferença positiva nesse novo quadro de decisão. À medida que isso for sendo bem-sucedido, ganhar espaço para legitimar um nível de governação diferente, traduzindo isso no nosso ordenamento legislativo, com a criação de regiões formais, com os poderes efetivos que prevê a Constituição”, aponta. Para António Cunha, esse “será o passo depois de dar provas de que o nível de decisão regional é importante, que garante melhores condições de vida e desenvolvimento aos portugueses”.
A um ano de terminar o seu mandato, admite que gosta deste desafio, desconhecendo se poderá ou não ser convidado para o cargo novamente.
c/ JN e TSF
