“Violência contra os idosos é reconhecida como problema de saúde pública e direitos humanos”

Assinala-se, esta terça-feira, 15 de junho, o Dia Mundial de Consciencialização da Violência contra a Pessoa Idosa. A data foi instituída pela Organização das Nações Unidas e pela Rede Internacional de Prevenção à Violência à Pessoa Idosa, em 2006, com o objetivo de “refletir esta questão social e acabar com a violência contra a pessoa idosa”. Até 2025, estima-se que a população mundial acima de 60 anos ultrapasse os 1,2 mil milhões.

“A violência contra a pessoa idosa é reconhecida à escala global como grave problema de saúde pública e direitos humanos. Os estudos indicam que os membros de família estão envolvidos na maioria dos casos de violência. Os agressores também incluem cuidadores formais, profissionais de saúde, ação social, bem como amigos e vizinhos”, referiu o presidente da Comissão de Proteção ao Idoso, Carlos Branco, na sessão de lançamento da campanha “O Silêncio tem Voz: Diz não à violência contra as Pessoas Idosas”, que decorreu esta segunda-feira, na Escola sede do Agrupamento de Escolas Mosteiro e Cávado. 

Nos últimos doze meses, um em cada seis idosos portugueses foi vítima de algum tipo de violência, mas apenas 4% apresentou queixa às autoridades. Carlos Branco alerta, por isso, para uma “violência silenciada”. 

“Qualquer forma de violência contra a pessoa idosa deverá ser encarada como ofensa à dignidade humana, com total repúdio por toda a sociedade, impondo-se o dever de reportar às entidades competentes”, acrescentou o presidente da CPI.

Em representação do arcebipo de Braga, D. Jorge Ortiga, o padre Eduardo Duque lembrou que “por cada 100 jovens há 161 idosos”. “O índice de envelhecimento e de longevidade são muito altos, mas a árvore que dá frutos mais doces é a mais envelhecida”, disse perante uma plateia jovem, a quem explicou que “o envelhecimento é um processo”. 

O Dia Mundial de Consciencialização da Violência contra a Pessoa Idosa é assinalado durante toda a semana, com a campanha  “O Silêncio tem Voz: Diz não à violência contra as Pessoas Idosas”, que pretende “aprofundar o conhecimento, estimular o debate e criar uma dinâmica de valorização da pessoa idosa”, junto de mais de 12 mil alunos, de 50 agrupamentos de escolas do Norte do país.