AAUMinho considera reforço de 10% das bolsas “significativo” para manter poder de compra

O presidente da Associação Académica da Universidade do Minho (AAUMinho), Duarte Lopes, considera o reforço de 10% das bolsas de estudo um “sinal muito importante e significativo” que poderá fazer a diferença, pelo menos, na manutenção do poder de compra das famílias com filhos a frequentar o ensino superior.
Recorde-se que esta segunda-feira, a Ministra da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Elvira Fortunato, anunciou o reforço de 10% das bolsas de estudo para estudantes deslocados com efeitos ainda este ano e que durará todo o ano letivo de 2022/2023. A este aumento acresce uma subida de 5% nos complementos para alojamento de que podem beneficiar os estudantes bolseiros deslocados. Além disso, as bolsas para estudantes carenciados que participarem no programa Erasmus também terão um aumento de 50%.
Aos estudantes que têm bolsa de estudo e que foram colocados longe da sua residência habitual, o Governo pretende atribuir um complemento de alojamento, que terá um limite de 288 euros mensais.
Questionada pelo PSD, a ministra adiantou que espera libertar mais de um milhar de camas através de contratos coletivos com instituições que possam disponibilizar alojamentos, de modo a aumentar a oferta. Só na Universidade do Minho a lista de espera por um quarto numa das residências universitária oscila entre os 300 a 350 pedidos. O pico registado, segundo o líder estudantil, foi de 400 pedidos.
Duarte Lopes tem dúvidas em relação à solução apontada pelo Governo que envolve as Pousadas da Juventude. “Quando observamos o caso de Braga essa possibilidade não existe e em Guimarães existindo são a preços menos interessantes”, realça.
O presidente da AAUMinho lamenta que não exista interesse numa gestão mais direta com os Serviços de Ação Social da UMinho onde, por exemplo, um estudante bolseiro paga às residências 78 euros, um valor que não será praticado nos espaços em discussão. Em resumo, Duarte Lopes considera este um bom caminho a seguir, mas que necessita de “uma análise mais concreta”.
A saúde mental é outro dos pontos vincados neste Orçamento do Estado. No documento é proposta a criação de um programa de promoção da saúde mental que será feito em articulação com o Programa Nacional para a Saúde Mental e com o Ministério da Saúde. Duarte Lopes aplaude a decisão, mas realça a premência de este financiamento poder ser utilizado também para a contratação de profissionais. O líder estudantil dá o exemplo da academia minhota em que existe apenas uma psicóloga a laborar a tempo inteiro.
Esta quinta-feira de manhã, o presidente da AAUMinho vai reunir no Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior com os tutelares da pasta precisamente sobre as novas medidas anunciadas para este ano letivo.
