“Acredito que a nossa seleção tem um potencial enorme. Quanto a ganhar, veremos”

Depois da polémica entrevista e de tanto se ter falado no seu nome nos últimos dias, Cristiano Ronaldo compareceu, esta segunda-feira, na conferência de imprensa, como porta-voz da Seleção Nacional.
O capitão mostrou-se otimista com a conquista do Campeonato do Mundo, que arrancou ontem no Catar, mas pede calma. Embora tenha um “feeling” de que a seleção portuguesa de futebol pode vencer o Mundial2022, Ronaldo lembrou que “nestas competições há que começar com calma”.
“Acredito que a nossa seleção tem um potencial enorme. Quanto a ganhar, veremos. Acredito que sim, tenho essa esperança, mas nestas competições há que começar com calma, pensar primeiro no grupo, no jogo com o Gana, que é o mais difícil, por ser o primeiro. A partir daí, é ir devagarinho”, afirmou.
Para CR7 conquistar este mundial, o quinto da sua carreira, seria “um sonho”, mas há outros favoritos à vitória: “Brasil, Argentina, França, Alemanha são aquelas seleções que costumam ter mais probabilidades, aquela pontinha de favoritismo para todo o mundo”. “No entanto, em 2016 [no Europeu], ninguém dava nada por Portugal e ganhámos. Pode haver surpresa e espero que assim seja desta vez também”, apontou.
Depois de ter estado ausente do último jogo de preparação, frente à Nigéria, em Alvalade, devido a uma gastroenterite, o capitão da Seleção está “recuperado” e diz-se “preparado para começar o mundial da melhor maneira”.
Olhando para a Seleção Nacional, Cristinao Ronaldo não nega haver “uma geração muito boa, com um potencial enorme”. “A exigência é muito grande. Para ganhar a competição, temos de ser os melhores. Nós acreditamos que somos os melhores, mas temos de mostrar isso em campo”, referiu.
O capitão garantiu ainda que esta competição não serve para provar que continua em alta. “Se tiversse de demonstrar com 37 anos e oito meses, estaria preocupado. Depois do que já disse, o que já ganhei, seria uma surpresa para mim”, atirou.
As declarações de Ronaldo aconteceram pouco antes do treino da seleção nacional.
A estreia de Portugal no Grupo H está marcada para quinta-feira, diante do Gana, no Estádio 974, em Doha, antes de defrontar o Uruguai, em 28 novembro, e a Coreia do Sul, de Paulo Bento, em 02 de dezembro.
A 22.ª edição do Campeonato do Mundo decorre até 18 de dezembro, no Qatar.
Polémica “não vai abalar o plantel”
A entrevista sobre o Manchester United voltou a ser tema da conferência de imprensa, mas o português garante que “não vai abalar o plantel”, que diz estar blindado, e garantiu que esse é um assunto encerrado. “O ambiente na seleção é excelente”, frisou.
“Timing é sempre timing. Do vosso lado é fácil ver como podemos escolher os timings. Às vezes vocês escrevem verdades, às vezes escrevem mentiras. Não preciso de me preocupar com o que os outros pensam. Eu falo quando quero. Todo a gente sabe quem eu sou e no que acredito. Não vai influenciar o que a Seleção quer. Staff, roupeiros… Todos me conhecem desde os 11 anos. Todos querem muito esta competição, todos querem jogar, que é algo que gosto de ver, a ambição é muito alta. Não só este episódio que ocorreu comigo, mas outros episódios poderão abalar o próprio jogador, mas não vai abalar o plantel”, afirmou.
Ronaldo aproveitou ainda para esclarecer a relação com Bruno Fernandes e Cancelo e deixou um pedido à comunicação social:
“Nestas fases finais há sempre momentos de clubes interessados em jogadores, polémica… Essa do Bruno é mais uma que vos correu mal, outra vez. Fiz uma brincadeira com ele, ele chegou tarde e eu perguntei se tinha vindo de barco. E foi uma brincadeira. Fizeram uma tempestade, como foi também com o Cancelo, que estava mais em baixo, houve ali uma entrada mais ríspida entre ele e o Félix e eu puxei-o para cima. Mais uma polémica. Mas estou habituado, o que gira à volta do Cristiano é sempre um debate, há sempre conversas… É normal. Mas digo mais uma vez: o ambiente na Seleção é excelente. O grupo está blindado. E faço um pedido: quando os próximos jogadores vierem aqui, não perguntem sempre sobre o Cristiano. Não falem de mim, eu estou blindado. Falem de competição, falem sobre eles… Não lhes perguntem por mim. É chato, eu pelo menos ficava chateado. Se me perguntassem pelo Rafa, por exemplo, não iria falar sobre isso. Se quiserem falar, perguntem coisas sobre ele e a Seleção. Gostava que fizessem isso para que a Seleção fique bem. Obrigado.”
