“Adiamento dos Jogos Olímpicos serviu para perceber quem são os verdadeiros atletas”

A atleta Mariana Machado defende que o adiamento dos Jogos Olímpicos para 2021 serviu para perceber “quem são os verdadeiros atletas”. A jovem bracarense, atleta do SC Braga, foi uma das convidadas de uma conferência online promovida pela Câmara de Braga e pelo Comité Olímpico de Portugal (COP) e falou sobre os principais impactos do adiamento da maior competição desportiva mundial.

No dia (23 de Junho) em que se celebram os 126 anos da criação do Comité Olímpico Internacional, a atleta assinalou que a presença nos Jogos Olímpicos era uma meta assumida e que recebeu a notícia do adiamento da competição como um “obstáculo”. A atleta de 19 anos salvaguardou, no entanto, que a paragem competitiva serviu para evoluir e explicou que só o talento não chega para se chegar longe. 

“Para além do talento, é muito importante a mentalidade de cada um, como se lida com o stress e ansiedade. Só os atletas verdadeiramente fortes é que se conseguem reinventar”, referiu, enfatizando que o atletismo é, para si, “uma paixão intrínseca” e que supera a necessidade de obter “reconhecimento ou conquistar títulos”.


Na conferência online, marcou também presença Emanuel Silva, canoísta natural de Braga e medalhado em Londres 2012. O atleta aproveitou o momento para apresentar a sua mentalidade competitiva e frisou que o adiamento dos Jogos Olímpicos para o próximo ano não iliba os atletas “de continuarem a ser profissionais”.


“Temos responsabilidade social, lidamos com dinheiro público e os portugueses não têm culpa da pandemia. Os atletas continuam a receber as suas bolsas do IPDJ e do COP e devem continuar a trabalhar, mais e melhor“, adiantou, revelando que a paragem da competição deve ser usada para “melhorar aspectos e arriscar” para “aplicar a aprendizagem no próximo ano”.


Os dois bracarenses lamentaram ainda a permanente falta de equidade de género nos Jogos Olímpicos e debruçaram-se também acerca do protagonismo do futebol em relação às restantes modalidades. Na opinião de Mariana Machado, as modalidades só podem ter um reconhecimento semelhante ao do futebol se houver um grupo de atletas em Portugal de alto nível.


“As modalidades são um mundo à parte do futebol. Só depende de nós, dos atletas, conseguirmos maior distinção. Enquanto não houver um grande grupo de atletas de nível mundial, torna-se mais difícil ter um reconhecimento público perto do futebol”, referiu.

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Pedro Magalhães
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