Adolescere e Alto Comissariado para as Migrações oficializam acolhimento de nove famílias em Braga

O acolhimento de nove famílias refugiadas monoparentais em Braga foi ontem oficializado através de um protocolo assinado entre a Adolescere e o Alto Comissariado para as Migrações (ACM).
O protocolo, com a duração de 18 meses – um ano e meio -, entrou em vigor já em outubro do ano passado e insere-se no programa de reinstalação promovido pelo ACM, tendo o objetivo de acolher nove cidadãs e respetivos filhos, oriundos do Sudão, Sudão do Sul, Iraque e Nigéria, em Braga.
As famílias refugiadas estão instaladas em dois apartamentos partilhados, de forma temporária, “até conseguirem autonomia e começarem os seus percursos”, explicou à RUM Carla Fernandes, presidente da Adolescere, revelando que, cada elemento incluído no projeto, tem direito a “150 euros mensais”.
A cerimónia protocolar decorreu no gnration e contou com as presenças da alta-comissária para as Migrações, Sónia Pereira, da secretária de Estado para a Integração e Migrações, Cláudia Pereira, e do presidente da Câmara de Braga, Ricardo Rio.
Antes das intervenções dos convidados, a presidente da Adolescere interveio para enaltecer que o projeto de acolhimento das famílias em curso ocorre não só pelo trabalho da associação bracarense mas também pelo ACES de Braga, no apoio à saúde, IEFP (Instituto do Emprego e Formação Profissional), no apoio à formação da língua portuguesa, das escolas de Maximinos e André Soares, da Fundação Benfica, na fomentação da prática desportiva, e da empresa dstgroup.
Foi também assinalada a colaboração do município de Braga, a qual se reflete no apoio ao “uso de transportes públicos” e em “consultas de saúde oral” para os migrantes, como detalhou o autarca Ricardo Rio.
Já a alta-comissária para as Migrações, Sónia Pereira, deixou elogios à Adolescere, destacando “a resposta especializada” implementada pela Associação de Apoio à Criança e ao Adolescente, a qual é um sinal de “aprendizagem” de Portugal no acolhimento de migrantes.
A cerimónia protocolar serviu também para o anúncio público de um podcast, gravado na RUM, e de um livro, ambos intitulados “Travessia”. Contam a história, na primeira pessoa, de seis das nove famílias monoparentais apoiadas pela Adolescere.
A secretária de Estado para a Integração e Migrações, Cláudia Pereira, destacou as virtudes do livro, por ser sinónimo de que “a integração já caminhou muito em Portugal” e por ser uma publicação que dá destaque às “vozes das próprias pessoas refugiadas”.
