Alexandra Vieira e José Maria Cardoso votam em branco para a CCDR-N

Alexandra Vieira e José Maria Cardoso, deputados municipais de Braga e Barcelos, respectivamente, vão votar em branco para as eleições da CCDR-N. A confirmação foi dada pelos próprios, após uma reunião com os Serviços de Acção Social da Universidade do Minho, esta terça-feira. 


Os deputados vão seguir o apelo da direcção nacional do Bloco de Esquerda e não vão dar apoio à eleição de António Cunha, para a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional – Norte. Recorde-se que, esta terça-feira, o Bloco emitiu um comunicado onde acusa PS e PSD de fomentarem “o controlo partidário da administração do Estado”. A Mesa Nacional apelou ao voto em branco, como forma de expressar a “defesa de um processo de regionalização democrático que reforce a coesão social e territorial do país”. 


Em Braga, Alexandra Vieira, garante, vai “votar em branco”, por tratar-se de “um processo que não é verdadeiramente democrático”. “É uma escolha pré-programada, entre PS e PSD, para uma entidade que tem competências que estão ainda por definir. Vai assumir muitas responsabilidades para as quais acho que era preciso maior debate”, acrescentou. 

“Estes presidentes vão gerir uns largos milhões de fundos comunitários com base nas orientações do Governo”

Em jeito de “protesto”, também José Maria Cardoso vai votar em branco. “Não estão em causa as pessoas, está em causa o processo e os objectivos”, justificou. “É o contrário do que deveria ser enquanto atitude democrática e é uma resposta para camuflar e travar a regionalização”, acrescentou. 


Para o deputado de Barcelos, “os autarcas vão fazer uma espécie de referendo a nomes, que, no Norte, tem só uma candidatura, que é ‘cozinhada’ entre PS e PSD”. “Nem os autarcas foram ouvidos para nada, servem para votar”, frisou. 

O bloquista diz ainda que esta é uma forma dos responsáveis políticos “controlarem a distribuição de fundos comunitários”. “Estes presidentes vão gerir uns largos milhões, sem ter um programa ou um objectivo definido, com base nas orientações do Governo”, afirmou. 

José Maria Cardoso referiu ainda que a passagem de uma nomeação administrativa para uma “nomeação de um convénio partidário” não traz grandes alterações, já que continuam a ser eleitos “alguns periféricos do Estado”. 


“Nota ainda para a duvidosa alteração do nome do presidente do Tribunal de Contas. Ele abre um precedente de aumentar os ajustes directos em qualquer contratação. Num período em que se esperam uns milhões de fundos comunitários é extremamente perigoso isto acontecer”, finalizou.

Decorrem esta tera-feira as eleições para as Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional. A Norte, António Cunha, natural de Braga, é candidato único ao cargo. O BE critica o modelo escolhido para a eleição, discutido entre PS e PSD, mas o candidato reúne o apoio de vários autarcas locais.



Autarcas do LIVRE “vão boicotar” as eleições para as CCDR

Depois do Bloco de Esquerda, o Livre pretende “boicotar” as eleições para as Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR), por considerá-las “uma farsa com aspecto de eleição”. Em comunicado, o partido refere que “não foram apresentados programas nem existiu qualquer tipo de debate com os membros do colégio eleitoral”. “Não há verdadeira escolha, porque, face à composição dos órgãos autárquicos de cada região, já se sabe à partida que partido tem a maioria e conseguirá a presidência da CCDR.”, acrescentou Patrícia Gonçalves,  deputada em Lisboa. 


“O Livre considera que estas eleições são uma tentativa de substituição por parte do Governo da necessária e fundamental regionalização e descentralização por uma simulação de processo democrático que mais não faz que entronizar os candidatos escolhidos pelo centrão”, lê-se ainda.

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Liliana Oliveira
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Carolina Damas
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