Amigos do Palacete culpam poder judicial pela degradação

Os Amigos do Palacete Júlio Lima responsabilizam o poder judicial pela degradação do imóvel classificado Monumento de Interesse Municipal em 2018.

Em Fevereiro de 2016 foi interposto um processo pelo irmão mais velho de Maria José Amorim Coelho da Silva Branco Ferro, sobrinha neta do proprietário. A decisão já deveria ter sido comunicada em Outubro de 2019, mas até ao momento nada aconteceu.

O Palacete Júlio Lima nasceu nos finais do século XIX, fruto da intenção de Júlio António de Amorim Lima, natural dos Arcos de Valdevez e proprietário da fábrica “Industrial” de chapéus. O imóvel foi criado por João Moura Coutinho, o mesmo arquitecto que idealizou a grande sala de espetáculos da cidade dos arcebispos, o Theatro Circo.

Nos dias de hoje, quem passa pela Rua Gabriel Pereira de Castro ou na Rua Dr. Júlio de Lima, na freguesia urbana de S. Vicente, não se apercebe da grandiosidade deste Palacete que permanece “esquecido”. Os muros altos e a vegetação existente escondem um hectare de terreno e o Colégio Niobe.

A arquitetura remete-nos para o estilo ornamental “Arte Nova” que floresceu, entre 1890 e 1910, em toda a Europa. A residência de um dos grandes beneméritos da cidade de Braga conta com grandes estruturas de pedra e pormenores em azulejo e madeira. Mas, os Amigos do Palacete alertam para o avançado estado de degradação dos tectos de gesso que podem não aguentar este Inverno.

“A nossa principal preocupação é tentar preservar ao máximo os tetos que são o maior cancro, neste momento, por causa da humidade” que está a fazer tudo desabar. Fernando Mendes, um dos cinco elementos do grupo, afirma que para já a única opção passa por colocar baldes e bacias nos quartos, de modo a tentar conter algumas infiltrações.

Há duas semanas, o imóvel foi visitado pelo presidente do Município de Braga e toda a equipa da vereação. Este é um edifício privado e, por essa razão, a autarquia não pode, para já, realizar qualquer intervenção. O porta-voz do grupo Amigos do Palacete responsabiliza o poder judicial pela decomposição do espaço, visto que a sentença deveria ter saído no espaço de 30 dias. 

Ao percorrer os corredores, que nos levam ao andar superior, são visíveis os pedaços de gesso ornamentados desfeitos pelas escadas e que dão origem a buracos “gigantescos”.

Júlio António de Amorim Lima foi o responsável pela construção do Lago do Bom Jesus do Monte, da Escola Primária de Adaúfe, agora Junta de Freguesia e do Lago e Fonte de São João da Ponte. Na opinião dos Amigos do Palacete “chegou a vez de Braga retribuir”.  

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Vanessa Batista
Vanessa Batista

Jornalista na RUM

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