Ana Rita Cavaco deixará de ser Bastonária da Ordem dos Enfermeiros

Seis anos depois, Ana Rita Cavaco prepara-se para deixar de ser bastonária da Ordem dos Enfermeiros. O anúncio foi feito pela própria, no Congresso que decorre no Altice Forum Braga, até sábado. 

“Braga estará, a partir de hoje, na história da enfermagem por receber o maior congresso de sempre da nossa Ordem, quer em número de congressistas, quer na quantidade exemplar de trabalhos científicos apresentados”, começou por dizer Ana Rita Cavaco, admitindo que este será o último Congresso enquanto Bastonária.


“Vejo muitos déspotas na liderança das instituições, que apoucam e humilham os enfermeiros e agem com base na ameaça. A vossa fatura há de chegar, no que depender de mim, até ao final do meu mandato”, referiu.

Para a bastonária, faltarão, atualmente, cerca de 30 mil enfermeiros destacou no sistema nacional de saúde, entre público, privado e setor social. “Esta é a principal questão, neste momento”. Ana Rita Cavaco apontou ainda os “baixos” salários, a idade da reforma, as horas a mais e a valorização das carreiras como outros problemas que afligem a enfermagem em Portugal.


Esta quinta-feira, a bastonária salientou o papel central do enfermeiro no sistema de saúde e o reconhecimento público que hoje têm, afirmando que “os enfermeiros estão no coração dos portugueses e a sociedade reconhece hoje a sua voz”. Durante a sua liderança, referiu, a Ordem conseguiu “a aposta na criação de novas competências acrescidas e áreas de especialidade, legitimando a intervenção de novos campos de intervenção dos enfermeiros; o reforço da formação profissional, nomeadamente em formato B-learning; o fomento à investigação científica com o lançamento do repositório científico digital e auto-arquivo e a aposta na avaliação da idoneidade formativa dos serviços, preparando o caminho para o internato de especialidade para os enfermeiros”. 

Além disso, Ana Rita Cavaco evidenciou “a decisão arrojada de alterar os requisitos para atribuição do título de enfermeiro especialista e a criação de toda a estrutura do internato de especialidadecuja aprovação está ainda dependente do Ministério da Saúde,a regulamentação da norma para o cálculo de dotações seguras dos cuidados de enfermagem e o contributo dos enfermeiros para os processos de tomada de decisão política, com as inúmeras tomadas de posição sobre as políticas de saúde e legislação aplicável à profissão”. 


Presente esteve também a secretária de Estado da Saúde, que adiantou a intenção do Governo de valorizar a carreira destes profissionais. As reivindicações, revelou Maria de Fátima Fonseca, já estão a ser discutidas e, até oa final do mês, é expectável ter um protocolo pronto a assinar. 

Esta sexta-feira, será apresentado o estudo desenvolvido pela professora Raquel Varela, que caracteriza as condições de trabalho e vida dos enfermeiros em Portugal, abordando o nível de desgaste destes profissionais, o “burnout”, o ordenado, a carreira, entre outros aspetos.

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Liliana Oliveira
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