António Costa não reconhece críticas do PSD sobre interconexões ibéricas

António Costa admitiu estar “perplexo” com as críticas da oposição sobre o acordo energético ibérico. O primeiro-ministro negou as acusações do PSD, garantiu que não foram “abandonadas as interconexões elétricas” e acusou o dirigente social-democrata Paulo Rangel de nada perceber do assunto.
“Estou absolutamente perplexo” com as críticas do PSD sobre a questão das interconexões energéticas da Península Ibérica, embora acuse os sociais democratas de serem contra as energias renováveis.
Segundo o chefe de Executivo, “as interconexões elétricas não foram abandonadas, pelo contrário, a França até as quer incrementar” e, por isso, não era esta questão que “estava a bloquear as interconexões”, mas sim o que tinha “a ver com o gasoduto”.
“E, já no ano passado, entre França e Espanha, tinha sido assinado um acordo para fazer avançar as duas interconexões elétricas”, contrapôs.
O novo acordo entre Portugal, Espanha e França “vai ter uma ligeira alteração de percurso” mas será uma “mais valia para o país”.
“Será um troço já preparado para o transporte de hidrogénio verde, já preparado para o transporte de os outros gases renováveis e isso será uma mais valia para o país, porque não seremos apenas um corredor de passagem do gás natural que importamos mas que será uma infraestrutura que valorizará o nosso potencial para produzir gases renováveis”.
Segundo o Governo português, o acordo permite ultrapassar definitivamente o antigo projeto, o chamado MidCat, e desenvolver um novo projeto, designado Corredor de Energia Verde, que permitirá complementar as interconexões entre Portugal e Espanha, entre Celorico da Beira e Zamora, e também fazer uma ligação entre Espanha e o resto da Europa, ligando Barcelona e Marselha, por via marítima”.
Em causa, segundo António Costa, está “um gasoduto vocacionado para o hidrogénio `verde` ou outros gases renováveis e que, transitoriamente, pode ser utilizado para o transporte de gás natural até uma certa proporção”.
RTP
