António Ferreira assinala liberdade de interpretação nos livros de Laborinho Lúcio

Portugal despede-se de Álvaro Laborinho Lúcio, cidadão considerado exemplar em todas as facetas que assumiu ao longo da sua vida. Faleceu na quinta-feira, aos 83 anos e deixa um legado respeitado também no domínio da escrita.

António Ferreira, autor do programa Livros com RUM, elogia a “escrita muito límpida” que apresentava, surgindo como um verdadeiro narrador da história. “A caraterística que tinha como autor era realmente a concisão da escrita. Permitia muito a liberdade de interpretação. Uma escrita muito límpida, não era um homem de excessos retóricos e pomposos e poderia sê-lo, mas ele evitou sempre esse lado. Quis tornar-se um escritor com uma personalidade muito marcada, que era um narrador que depois nos contava as histórias muito cruzadas, com personagens que assumiam também o desenrolar da própria história”, resume.

Partilhou vários momentos e conversas com Laborinho Lúcio. Das obras que leu, António Ferreira destaca “As sombras de uma azinheira”, lançado em 2022. 

“À primeira, quem olha para este romance pensa que será uma ligação a Fátima, mas não é muito por aí que o livro deve ser lido. É o 25 de abril, um jovem casal com uma parturiente nos últimos momentos da gravidez, e uma viagem apressada para a maternidade para a criança nascer e eles vêem as tropas na rua, o 25 de abril que está a acontecer naquele momento”, descreve o autor do programa da RUM que na noite do próximo domingo recupera a última entrevista com Álvaro Laborinho Lúcio.

O velório e funeral de Álvaro Laborinho Lúcio decorrem em Coimbra. Após a cerimónia deste sábado, Laborinho Lúcio será sepultado no cemitério da Pederneira, na Nazaré.

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Elsa Moura
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Sérgio Xavier
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