Aprovada por unanimidade aquisição do edifício anexo ao Theatro Circo

O executivo municipal bracarense aprovou, por unanimidade, a aquisição do edifício contíguo ao Theatro Circo, na Avenida da Liberdade, por 960 mil euros. A proposta, avançada em primeira mão na RUM, foi levada a reunião de Câmara, esta segunda-feira, e a compra mereceu a aprovação dos partidos da oposição, que, ainda assim, lamentam a postura da autarquia em relação a outros edifícios do centro da cidade.
O Partido Socialista admite que a aquisição da fração pode valorizar o Theatro Circo e julga “ser uma boa decisão, apesar de todas as incoerências”. “Olhamos para o S. Geraldo e, ao final de quatro anos, ainda não tem um projeto de arquitetura, sendo que o município continua a pagar 12.500 euros por mês”, criticou o vereador Hugo Pires.
Recorde-se que, desde 2017, a Câmara arrendou o edifício do antigo cinema S. Geraldo à Arquidiocese de Braga. O contrato de arrendamento tem uma validade de dez anos, renovavéis, com opção de compra, sendo que a autarquia paga os 12.500 euros mensais desde fevereiro de 2019, tendo ficado isenta do pagamento nos primeiros nove meses, pagou metade nos três meses seguintes e 75% até janeiro de 2019. Para o edifício, o executivo liderado por Ricardo Rio tem prevista a instalação de um Media Arts Centre.
Também a CDU considera que a aquisição do edifício na Avenida da Liberdade “será benéfica para o funcionamento da empresa municipal”. Ainda assim, Bárbara Barros deixou um reparo à coligação de direita, considerando que, nestas situações, os peritos da Câmara deviam “fazer uma avaliação para percebermos se se trata de um valor que corresponde à área em causa e ao estado de conservação do espaço”. “Temos pena que o executivo não tenha conseguido tratar da mesma forma o Edifício do Castelo, uma vez que se escusou ao direito de preferência, mas, ainda assim, interveio para uma requalificação num edifício que não é seu. Há incoerência nas opções desta maioria”, apontou a vereadora. Recorde-se que, em 2016, a autarquia teve oportunidade de adquirir o Edifício do Castelo por cerca de um milhão de euros. No entanto, o executivo não quis exercer o seu direito de preferência, tendo sido uma imobiliária a comprar, por 930 mil euros. No início deste ano, a imobiliária pôs a sua parte à venda, por 1,85 milhões de euros. Entretanto, a autarquia alugou o espaço, de cerca de 500 metros quadrados por cinco mil euros mensais, para a instalação dos laboratórios de inovação cultural, urbana e social.
Na resposta à CDU, Ricardo Rio explicou que “mesmo que a Câmara adquirisse a parcela da Infraestruturas de Portugal continuaria a ter que interagir com a UMinho para a gestão do edifício”. “Sendo que a UMinho não faz parte da autarquia, não seria garantido que tivessemos uma solução conjunta e achamos que não era justificável fazer este investimento”, acrescentou. O aluguer do Edifício do Castelo “foi uma questão de oportunidade”, frisou ainda o autarca. “Não temos muitos edifícios no centro com capacidade para acumular valências como as que lá foram instaladas. É possível usufruir do espaço até ao final do ano e, no futuro, vai deixar de ser possível, porque o parceiro privado tem um projeto diferente para o edifício, mas nós vamos procurar outras soluções para esse mesmo conjunto de valências”, explicou.
No caso do edifício anexo ao Theatro Circo, Rio referiu que o executivo pretende, com a aquisição, “garantir a integralidade do edifício e a assegurar a gestão plena”. “O programa desenhado pelo Theatro Circo para ocupar o espaço passa por residências artísticas, soluções no serviço educativo e outras valências”, finalizou.
